quinta-feira, julho 03, 2008

Fluxo... Refluxo



A dor faz crescer. É fato. É sabido. E eu não contesto. A gente pega no tranco mesmo. Mas ai dizer que SÓ a dor ensina a crescer, é burrice. Demagogia. Sabe aquele tipo de pessoa que vê toda merda ali espalhada e insiste em dizer que lá no fundo tem um perfume bom que vai nos ajudar? Eu enjôo com isso. Vomito. E também não da pra se fazer de vítima. Ninguém é vítima de nada. Já escrevi sobre isso, sobre o assumir a culpa. Mas essa de lição de moral, não é pra mim. Ética e moralidade se aprende de outra forma. Gente rosa e otimista em tempo integral me dá calafrios. Fico pensando o tamanho do tombo desse povo quando acordarem desse sonho na terra do nunca. Às vezes aquela merda toda é só bosta. E deu. Fudeu-se e pronto! Acabou. Ponto final. Não se aprende nada, só se vomita. Teve uma época que eu quis ser ameba. Me contentar com pouco. Com menos. Não ter essa coisa que queima aqui dentro e me esvazia e me enche num piscar de olhos. Não ter interrogações e conseguir viver apenas com afirmações de terceiros. Eu juro que quis. Porque acho que deve se ter uma dose de felicidade na ignorância. Mas foi ai que li uma frase do Umberto Eco, que diz: “Alguém que é feliz a vida toda é um cretino; por isso, antes de ser feliz, prefiro ser inquieto.” E eu desisti. Não sei ser ameba. Sou inquieta. Inquieta de mais pra isso. Eu posso até ser cretina. Na verdade, eu tenho alguma cretinice em alguns pontos da minha vida. Mas inquietação, essa eu tenho sempre, diariamente. Não sou vítima. Definitivamente não sou rosa. Mas também não sou preta. Só to inquieta esperando a merda toda cair para que eu possa começar a limpar. Sem lição alguma no final da história. Sem essa de fecha-se porta e abre-se a janelas. Por favor.

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