segunda-feira, dezembro 29, 2008

2009

Então, nada de retrospectiva, nada de lista de promessas que eu não irei cumprir... Tudo que eu quero é que esse ano tosco acabe! Porque o ano pra ser tumultuado como esse, não vejo a hora de ir de vez. Eu gosto de números impares, consequentemente gosto de 2009, acho que vai ser um ano ao menos mais sonoro aos meus ouvidos. O que quero mesmo é que essa sensação de “pode estar acontecendo alguma coisa” que to tendo agora na finaleira do ano, aconteça de vez ano que vem. Porque ta na hora de alguma coisa lá em cima olhar pra mim e pensar “coitada, ta na hora de dar um respiro pra essa”. Sério mesmo, preciso respirar, preciso de algumas coisas boas, algumas surpresas, menos bla bla bla e mais acontecimentos reais por aqui não faria mal a ninguém. Um pouco mais do delicado da vida, é esse o meu desejo de ano novo. Nada de grana, de trabalho, não que não seja bom, se vier vai ser muito bem vindo, mas a gente tem que focar na coisa, isso de jogar pra todo lado nunca da certo mesmo. Então quero o delicado, quero algumas noites em claro por ótimos motivos, só quero que aconteça... Seria como presente de Natal atrasado, que eu acho sempre tem um sabor melhor porque você nem espera presente algum. Pra quem é ligado nessas coisas de cores, já aviso que 2009 será regido por Ogum, seguido de Iansã, então não custa ai dar um toque de verde ou vermelho no visual pra entrar o ano de boa com os Orixás. Sem contar que calcinha vermelha, dizem, que garante muito amor no próximo ano...

Axé! E que venha 2009!

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Eu confesso!

Confesso que ontem a noite, chorei praticamente em todo o especial do Roberto Carlos...



Me interna, tsc!

segunda-feira, dezembro 22, 2008

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Futilidades


- Eu vou tirar 30 dias de férias. Em todos esses anos nessa empresa vital, essa é a primeira vez que isso me acontece; Mas não chorem eu devo dar as caras vez em quando (muito em quando)

- Das dúvidas cruéis da minha vida: Se eu pinto as unhas o esmalte descasca em 2 dias, se a manicure pinta demora 6;

- Tem uma semana que eu to ligada em 220V. Como desliga a bateria?

- Pra não dizer que não falei sobre Natal. Eu ainda não comprei todos meus presentes, só amanhã. Eu juro que um dia eu consigo ibernar nessa época. Juro!

- Não confie em manicure que rói as unhas;

- Ta era isso, porque não tem muita coisa fútil acontecendo na minha vida. E eu ando meio... não se assustem... não riam.... não caiam das cadeiras... meio... rosa!

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Pshiiiiii!!

Dessa vez não. Dessa vez minha boca grande não me pega. Dessa vez eu não conto aos quatro ventos. Dessa vez eu vou ouvir a voz da minha mãe que me diz desde pirralha “se preserve” e eu como uma pirralha birrenta nunca ouvi. Dessa fez eu faço tudo diferente. Pra ver se da certo. To cansada de ser eu e dar errado. To cansada de surtar, pirar, de falar, de contar, de dar detalhes e tudo dar errado. Dessa vez eu vou guardar tudo de bom que me acontece. Eu não vou dividir ou vou dividir apenas a parcas pessoas da lista vip do meu ser. Nada disso mais de contar tudo pra todo mundo. Nada disso de surtar e falar tudo que eu penso. Nada disso de vir aqui e falar, falar, falar... Agora é só ser leve. Brisa. Eu cansei de ser confusa, louca, intensa e perder tudo. Eu cansei de pirar à noite, e passar semanas pra me encontrar. Eu cansei de dar detalhes de tudo a todo mundo. Pois eu sempre fiz tudo isso e sempre perdi mais que ganhei. Agora é assim, boca de siri, cara de blasé e a esperança de que essa normalidade, essa preservação toda, deixe as coisas boas acontecerem. Mesmo querendo, mesmo morrendo de vontade de gritar meia dúzia de coisas eu não vou. Eu vou é pra frente do espelho, respiro fundo e me peço calma. Repito mil vezes pra engolir minha ansiedade, minha intensidade, minha loucura. Leve, lembra? Seja leve. Nada de contar medos, de desatar a falar de vontades, de verdades, de piração da minha alma que mal eu compreendo. Nada disso. Falar só se forem amenidades. É isso, nada do que acontece tão cedo por aqui. Uma tentativa de preservar o que de bom pode vir. Pshiiiiiiiiii! Repito pra mim várias vezes...

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Orgia Gastronômica

Então que eu temperei com as minhas melhores especiarias. Uma pitada de leveza. Uma generosa quantidade de riso. Vinho. Um cadim de surpresa. Reciprocidade. Três colheres de identificação. Cumplicidade. Pimenta branca. Vontade. Falta de vontade de ir. Uma boa dose de arrepios. Quatro ou cinco mordidas no canto da boca. Uma ausência de sono. E uma respiração suspensa. Tudo isso servido numa toalha de noite estrelada...

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Eu?




Eu ando por aqui achando a vida bem sem graça, e ela - a vida - por conseqüência, me achando mais sem sal ainda.


quarta-feira, dezembro 03, 2008

Para Maria da Graça, de Paulo Mendes Campos


Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.

A realidade, Maria, é louca.

Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?"

Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon". Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.

Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida, mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor.

Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá.A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".

Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.



Recebi por e-mail da Carol, e chorei um lago (aff! ando tão mulherzinha!) que fiquei com medo de me afogar em minhas próprias lágrimas... As partes grifadas são minhas entrelinhas e /ou coisas que eu ainda preciso aprender nessa porra de vida. De alguma forma achei que deveria por esse texto aqui, por conter verdades irrefutáveis... Em algum lugar devem haver cogumelos que nos fazem crescer novamente...