terça-feira, junho 30, 2009

Eu nego!


Eu confesso que queria um Edward (sim, o do livro adolescente) ácido, completamente apaixonado e eterno pra mim. Mas juro que se alguém comentar isso por ai, nego de pés juntos e de joelho no milho. (Assim como nego – aos menos íntimos- que já li 2 vezes todos os livros suspirando como uma adolescente)

Se um dia alguém contar que confessei querer uma declaração de amor de parar o trânsito, daquelas bem bregas, eu prometo que sirvo de testemunha para sua loucura.

Coitado do vivente que ao menos pensar que eu tenho desejo secreto de ser acordada com café na cama e bilhetinho romântico, eu finjo que o excluo da minha listinha de “pretes”. É eu também acho que engano alguém, com essa coisa de listinha de caras disponíveis que eu nem tenho.

Se alguém sequer supor que eu ando cansada dessa minha eterna mania de querer ler entrelinhas e esmiuçar as coisas até total entendimento. Eu faço minha melhor cara blasé e digo que isso é papo de gente rasa.

Nem pense em falar que esse meu ar de independência é carência. Que essa minha arrogância é medo. Que essa minha verborragia é insegurança que eu nego até a morte! E pra completar processo por calúnia e difamação.

E nem ouse falar em um tom mais alto que sou romântica! Eu nego!

domingo, junho 21, 2009

Das percepções


O ser humano é uma coisa fantástica... Somos tão mutantes, que apenas num espaço de tempo nossas percepções sobre algo ou alguém simplesmente podem acordar diferente. Isso depende do nosso estado no momento, do nosso objetivo ou (como Clara-Lu me disse num texto off) apenasmente da nossa urgência emocional? Cisma, carência, vontade, independência... Tanta coisa pode influenciar em cada coisa que percebemos no momento exato e que carregamos conosco até que a vida (ou o momento) nos mostre que podemos perceber aquilo de outra forma. A coisa toda pode ter cor, ser leve, ser bonita, ser esperançosa... E numa vírgula, num olhar que se cruza... BOOM! Uma sutileza, um brilho que você pergunta onde estava que não viu isso antes...

Eu não tenho as respostas, e talvez se tivesse me assustaria com sua simplicidade... Mas sei que hoje, essa leveza, esse meio sorriso, é resultado de uma nova percepção adquirida, num momento completamente despretensioso, onde só queria resolver meu tédio atual, me preocupando apenas com meu umbigo (e outras coisinhas mais). Mas ai, seja pela urgência emocional, seja pelo momento, seja apenas pelo olhar diferente sobre o mesmo tema... Ou apenas por me perguntar “porque não?” algo aconteceu.

Porque viver insistindo em coisas inférteis, apenas pra massagear meu super ego? Porque cismar até perder a paciência com pessoas que não perdem um minuto do seu tempo? Porque continuar achando desculpas onde se tem fatos? O que tem de errado em aceitar o que querem me dar sem que eu tenha que mexer um músculo, sem que eu tenha que brigar, cismar, querer, entender, perguntar, esmiuçar as entrelinhas...

Quem disse que a simplicidade da coisa dita, sem entrelinhas, sem nenhum jogo não pode me agradar? Porque não posso simplesmente reconhecer que o vi diferente do que há dois anos atrás, e realmente me assustei absurdamente comigo? Uma vez na vida não posso querer a coisa fácil que me bate a porta? Tudo tem que ser grave?

Pois é, eu simplesmente posso... Porque não?

quinta-feira, junho 11, 2009

E tua alma? Tem peso do quê?


Candice perguntou... Claríssima respondeu e me indagou a responder...


Tem o peso das palavras não ditas e das gritadas. Tem o peso da vida nos ombros. Das escolhas certas e mais ainda de todas as erradas. Pesa os amores bem vividos, os amores mal resolvidos e principalmente os amores inférteis.

Me pesa tanto, que chegam a curvar os ombros, as obrigações mascaradas como favores, a falta de delicadeza e a estranheza nesse mundo. Aquela sensação de não fazer parte, mesmo forçada a estar no meio. A solidão que ninguém vê...

As lágrimas de alegria, as poucas de dores físicas e as tantas de dores mais doloridas. Mas me pesa mais as lágrimas guardadas. A fome que não se mata com comida e o buraco que ninguém tampa.

Os pontos finais, as vírgulas que trancam na garganta, as reticências de querer dizer algo mais... O peso da incompreensão das palavras, da necessidade de ter sempre que compreender além das palavras... O que quero dizer e não posso. O que não posso dizer e digo.

A incerteza de se ter um porto, de se ter o lugar, de se ter... Algumas das certezas dessa vida, àquelas que fincam e que não se pode fugir. O que pesa alma sempre nos é meio cinza, meio tempestuoso... As cores, as felicidades, as alegrias essas aliviam a alma do seu peso.

O vazio, este tem um peso absurdo, do tipo que só quem tem consegue medir, compreender, mas nem por isso suportar. A ausência dos seus, a saudade que não pode ser morta.

Tem o peso daquelas lembranças que a gente vê em preto e branco, sonhando ter colorida, das esperanças que se esvaem. Hoje tem o peso de não se ver a luz no fim do tão falado túnel...



N.A: Pesa saber que esse texto saiu mais sombrio do que talvez saísse há uma semana atrás. No fim, o que nos pesa a alma é o momento vivido...