sexta-feira, setembro 28, 2007

Hoje é dia de Motim...

Então você foi lá e viveu todo o luto. Todo aquele processo que tem que viver. Chorou rios. Quase quebrou os dedos esmurrando coisas pra extravasar a raiva. Teve o período da negação. Dos porquês. Se achou culpada de tudo. Culpou o outro de tudo. Quis morrer. Achou que ia morrer. Passou por todo aquele “é assim mesmo, mas passa”. Sempre passa. Passou? Sim. Não. Vai saber. Decidiu viver. Viveu. Então, você se enche de certezas. De poses. De “estou ótima”. Pronta pra outra. Você consegue falar da situação sem ter crises incontroláveis. Você começa a recuperar (infelizmente) alguns dos seus quilos perdidos no processo destrutivo. Esvaziou-se. Encheu-se. Esvaziou-se de novo. Encheu-se a conta gotas. Esta bem. Está ótima. Esta certa. Pode até trepar de novo. Trepou. Beijou. Trepou mais um pouco. Fez amor? Não. Trepou. Sonhos acontecem. Alguns vão por água a baixo. Normal. Você nem liga mais. Você é forte. É fodona. É fodástica. E conteúdo. É casca. Entre mortos e feridos. Você se salvou. Ilesa? Alguém algum dia sai ilesa de algo? Mas se salvou. Isso que importa. Vaso ruim não quebra. Dizem. E você lascou. Colou com super bonder. E ta ai. Meio surrada. Mas inteira. Cheia de certezas. Cheia de conclusões. Cheia de entendimentos. Cheia. Certo? Errado. Bem errado. Quando um sonho idiota. Completamente idiota. Te deixa em crise. Sempre. Dura 24 horas. Vinte e quatro horas de crise. Certezas. Poses. Afins... Tudo por terra. Vinte e quatro horas que você pira. Viaja. Chora. Rir de nervosa. 24 horas. Até sonhar outra coisa. Pra apagar aquele sonho idiota. E você achando que a tempestade tinha acabado. Ta é no olho do furacão... Tsc...

quinta-feira, setembro 27, 2007

Roda Viva


Então a vida é isso. Nascemos. Crescemos. Brigamos. Escola. Nascem pelos. Mestruamos. Engrossamos a voz. Brigamos com o cabelo. Escolhemos entre o certo e o errado. Brigamos com os sentimentos. Os seus. E dos outros. Estudamos. Trabalhamos. Beijamos. Trepamos. Fazemos amor. Sorrimos. Choramos. Amamos. Odiamos. Desprezamos... Sentimos. Temos ou não filhos. Temos ou não companheiros. Envelhecemos. Vivemos... Ou não... Vamos girando a roda da nossa vida, como aqueles ratos brancos de laboratórios. Ora de forma entediante. Ora de forma frenética. Depende da “droga” que nos alimenta naquele momento. Mas sempre girando. Muitas vezes no automático.

Então a vida é isso? Sem mágica? Mas ao mesmo tempo tão ilusória. Tão fugaz. É o momento (?). O agora (?). O já (?). Tentamos uma forma equilibrada de viver o hoje e garantir o amanhã. Queremos sempre mais. E nunca encontramos o tal mais.

Então a vida é isso: Rodamos em desespero dentro de nossa gaiola, girando essa roda atrás de algo que nem sabemos o que é. Simplesmente porque é assim que tem que ser feito. É assim que sempre foi feito.

Então a vida não é nada disso? É aquilo que fazemos por impulso. É o beijo roubado. É o beijo dado com gosto. É olhar o filho dormindo. Lagartear no sol. Não ter hora. Cinema. Pipoca. Guaraná. Passeio no Zoológico. Parque de diversões. É rir até a barriga doer e as lágrimas escorrem. São os amigos. É beijar na boca. Fazer amor. É ficar parada olhando o pôr-do-sol e sentir paz. É tomar banho de chuva no verão. É não ter hora pra deitar. Nem levantar. É deixar de lado os compromissos. Se encher de sorvete de chocolate. Comover-se com bobeiras. Ligar o famoso botão. É ter a certeza que tudo passa. Ou não. Mas mesmo assim achar que vale a pena. Melhor. Ter alguém que nos convença que tudo passa, quando o mundo despenca na cabeça. Dar-se o luxo de ser fútil. De ser séria. De ser. Ou de não ser. De não ser política. De não ser cordata. De não ser “gente grande” o tempo todo. De não querer. Ou de querer. De querer ser fraca. De querer ser forte. De querer ser conteúdo. De querer ser casca. E simplesmente ser...


Então a vida é isso: A vida é. Ora a gente gira na roda do laboratório. Ora a gente faz motim. Ora ratos brancos. Ora ratos coloridos... Azul, rosa, amarelo... Que cor você prefere?

quarta-feira, setembro 26, 2007

Ta na idade...


Não sou moralista. Longe de mim cuspir pra cima. Porque corro o sério risco de ficar com a cara babada. Mas não entendo quando vejo uma mulher dizer, vamos sair pra “caçar”, sendo o principal motivo da festa beijar na boca e não divertir-se. Não vou pra balada pra beijar na boca (se bem que ultimamente nem pra balada tenho ido), vou pra extravasar, dançar, enfim, me divertir. Claro que já fui uma adolescente idiota e beijar na boca já foi o mais importante. Mas a fase de boba já passou, há mais de 10 anos. E nunca, em nenhum momento mais idiota meu, beijei mais de uma boca por noite. Acho o fim, sem moralismo com quem beija, afinal cada um mete a boca onde bem entender, mas acho realmente o fim o infundado “pegou quantos?”.

Minha mãe e eu discordamos de quase tudo, mas se tem algo que nós duas podemos dizer que estamos de acordo é quando ela diz “mantenha a dignidade”. No meu caso nem sei se é fundamentalmente dignidade, mas tenho orgulho de mais. Isso eu garanto. Já liguei para caras que estava a fim. E esses mesmos caras já não me atenderam. Só que não ligo incansavelmente para algum cara, nunca passei a noite ligando e ouvindo recado de secretária eletrônica. Se algum desses não me atendeu por estar no banho, por estar enterrando a avó, por ter sido voluntário num desastre de avião... Quando retornou a ligação encontrou a secretária eletrônica. É orgulho. É “dar-se o valor”. Mas isso não foi da noite pro dia. Aprendi depois de muitas chamadas minhas não atendidas. Depois de muitos “não se dar valor” jogados na minha cara. E pra ficar melhor a situação, hoje raramente ligo pra alguém. E não é por cu doce. Eu simplesmente acho que não tenho o porquê de fazer isso.

Já levei muitos foras da minha vida. Já fui deixada, das piores maneiras. Sofri cada uma dessas oportunidades como uma cadela. Sofri. Sozinha em cima da minha cama. Lavando meu travesseiro e esmurrando as minhas paredes. Pra geral? Estava ótima. Aos amigos me acabava em porquês, em palavras pra crucificar o desgramado. Algum desses causadores de sofrimento soube? Um ou dois na minha retardada adolescência. Hoje me acabo por dentro, mas a casca esta intacta, sem nenhum arranhão. Amor próprio de mais, orgulho em doses colossais. Mas antes de tudo, a tal dignidade que minha mãe fala. O assumir que “ele simplesmente não esta afim de você”, e não é rastejando, implorando, ligando madrugadas inteiras, virando “a chata”, que isso vai mudar. Ele continuará não estando a fim de você. Só que agora falará pra todos o quão desesperada (provavelmente dirá desesperada por sexo) você é. Isso apenas aumentará o ego dele, na mesma proporção do despreso. Nada é indolor. Dói igual. Mas com certeza, mantermos a pose, evita que façamos papel de ridículas.

Mais uma vez eu digo, longe de mim esse moralismo todo. Não posso. Não tenho um passado que me deixe atirar a primeira pedra. Eu que ando cansada de tudo isso. De coisas vazias, de beijos em bocas sem sentido. Em baladas onde a música que toca é menos importante do que o percentual de homens pegáveis por metro quadrado. Ando trocando qualquer baladinha meia boca, por um programa com amigas em um boteco que certamente não terá nenhum homem que se possa olhar duas vezes, pelo simples fato de me parecer mais interessante rir, conversar, beber, saber da vida de cada uma delas e é claro, falar de homens... To preferindo ficar em casa ao bar cult da moda, recheados de bons partidos, onde possa quem sabe beijar umas três, quatro bocas...

To na idade. To ficando velha pra tanta coisa vazia.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Tópicos


- Notícias do Japão: Falei com a Mila pela manhã. Estava numa lan com decoração havaiana que servem drinks de graça. E de malas prontas. Não gostaram da cidade que estão, Toyota. Quarta devem ir para Tókio. Ainda bem, ela era capaz de morrer de tédio no interior do Japão. Manda dizer que esta viva e bem. Breve, eu espero, deve retornar com o blog. E mais breve, eu espero mais ainda, deve mandar meu zippo e os cigarros de pêssegos, rosas com strass. Imagina eu com cigarro rosa!!

- Bernardo esta com catapora, desde quarta. Eu não faço a mínima idéia de quanto tempo essas coisas demoram pra secar. Como ele estava viajando, só vou levá-lo ao médico hoje. Mas por incrível que parece ele esta bem, e sem nenhuma manha.

- Depois de vários dias de chuva, resolveram dar uma folga. Ta um sol lindo, mas um frio de inverno.

- Desde que quarta que ando acordando cedo e dormindo tarde. Mas tarde mesmo. Quinta (feriado aqui) fui dormir 4 da tarde, sábado deitei às 8:30 e a 13:00 já tava de pé. Certo que dormi de novo, praticamente o dia todo, e quanto mais eu durmo, mais sono eu tenho.

- Como podem ver, continuo sem idéia do que escrever aqui.

- Eu ganhei, não lembro de quem ganhei, mas alguém em deu o certificado de melhores momentos virtuais. Valeu. Se bem que ultimamente, não anda tendo nada que valha muito a pena por aqui.







Bem e eu tenho que passar o trem:

- Diário De Mim Mesma

- Expresso Para Dois...

- One Last Cigarette

- Psicofilosofias da Vida Cotidiana

- Segredos de Liquidificador

- Vida no Rascunho



Até.

sexta-feira, setembro 21, 2007

...

Daí que eu só escrevo bem, quando estou infeliz, triste, puta da cara...
Ou em último caso, apaixonada.
Uma média de 3X1.
Matematicamente da pra vocês deveriam ficar feliz por não estarem lendo nada que preste. Certo?


Bom finde!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Carta

Carta de Caio Fernando Abreu para Hilda Hilst, sobre o encontro com Clarice Lispector


"Hildinha, a carta para você já estava escrita, mas aconteceu agora de noite um negócio tão genial que vou escrever mais um pouco. Depois que escrevi para você fui ler o jornal de hoje: havia uma notícia dizendo que Clarice Lispector estaria autografando seus livros numa televisão, à noite. Jantei e saí ventando. Cheguei lá timidíssimo, lógico. Vi uma mulher linda e estranhíssima num canto, toda de preto, com um clima de tristeza e santidade ao mesmo tempo, absolutamente incrível. Era ela. Me aproximei, dei os livros para ela autografar e entreguei o meu Inventário. Ia saindo quando um dos escritores vagamente bichona que paparicava em torno dela inventou de me conhecer e apresentar. Ela sorriu novamente e eu fiquei por ali olhando. De repente fiquei supernervoso e sai para o corredor. Ia indo embora quando (veja que GLÓRIA) ela saiu na porta e me chamou: - "Fica comigo." Fiquei.

Conversamos um pouco. De repente ela me olhou e disse que me achava muito bonito, parecido com Cristo. Tive 33 orgasmos consecutivos. Depois falamos sobre Nélida (que está nos States) e você. Falei que havia recebido teu livro hoje, e ela disse que tinha muita vontade de ler, porque a Nélida havia falado entusiasticamente sobre Lázaro. Aí, como eu tinha aquele outro exemplar que você me mandou na bolsa, resolvi dar a ela. Disse que vai ler com carinho. Por fim me deu o endereço e telefone dela no Rio, pedindo que eu a procurasse agora quando for. Saí de lá meio bobo com tudo, ainda estou numa espécie de transe, acho que nem vou conseguir dormir.

Ela é demais estranha. Sua mão direita está toda queimada, ficaram apenas dois pedaços do médio e do indicador, os outros não têm unhas. Uma coisa dolorosa. Tem manchas de queimadura por todo o corpo, menos no rosto, onde fez plástica. Perdeu todo o cabelo no incêndio: usa uma peruca de um loiro escuro. Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor.

Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto. Acho que mesmo que ela não fosse Clarice Lispector eu sentiria a mesma coisa. Por incrível que pareça, voltei de lá com febre e taquicardia. Vê que estranho. Sinto que as coisas vão mudar radicalmente para mim – teu livro e Clarice Lispector num mesmo dia são, fora de dúvida, um presságio. Fico por aqui, já é muito tarde.

Um grande beijo do teu Caio"



* Amanhã é feriado por aqui, então até sexta!

terça-feira, setembro 18, 2007

Sensações...

Então naquele momento não faltava nada. Apesar de faltar tanta coisa. Mesmo eu ainda querendo tanta coisa. Naquele momento me senti completa. Estava simplesmente feliz. Fechava os olhos e me sentia embalada, meu corpo todo mexia. Sem mexer. Eu sabia que era embalada. Mesmo quando abria os olhos não havia ninguém ali. E eu me sentia completa. Me sentia feliz. Uma felicidade absurda. Algo que normalmente não esta em mim. Que me fazia rir na cara das pessoas. Mas não rir das pessoas. Rir para as pessoas. Aquele tipo de bobeira que te dá acessos de riso incontroláveis, que saem meio cuspidos, pois vamos tentando trancar, trancar... E eu ria, e eu chegava a chorar de tanto rir. Sem explicação. Simplesmente porque naquele momento, mesmo me faltando tanta coisa, não me faltava nada. Minhas mãos e pés entravam em transe. Dormentes. Formigava. E eu sabia por quê. Que estava ali para um propósito e tudo tinha sido como deveria ser. Não ficava parada. Não conseguia ficar. Era energia de mais. Felicidade de mais. Bobeira de mais. E eu levantava, dançava, ria. Depois me atirava de peixinho no colchão. E ria mais ainda. Ninguém entendia. Nem aquele negrinho que corria de bico azul me assustava. Eu ria mais. Nem o puxão do lençol que senti, mas não teve, me assustava. Eu ria mais de boba. Eu não sou assim. Eu sou mais debochada. E menos boba. Eu sou mais sarcástica. E menos inocente. Mas naquele momento eu só era inocência. Então dois dias depois eu chorei. O único momento que chorei. Foi de felicidade. Daqueles choros bobos. Que as lágrimas brotam e a gente ri junto. Quando voltei pra casa. Toda minha noção de espaço havia se perdido. Foram apenas dois dias. Mas me pareceram meses. Em dois dias me senti completa. Feliz. E nada me faltava. Nada. Eu havia sido visto o negrinho de bico azul correndo. Eu havia sentido puxões no meu lençol. Eu havia sido embalada por ninguém. Eu havia me sentido completa e feliz. Mesmo me faltando tanta coisa. O que mais iria querer?

segunda-feira, setembro 17, 2007

Tópicos (pq estou lenta ainda)

- Voltei. A ansiedade era de coisa boa pessoas. Mas ao contrario do que alguns pensaram não é homem. Tsc. Tem coisas que me fazem muito mais feliz e me deixam bem mais ansiosa.

- Então fds foi ótimo, o nervosismo na hora H, passou, eu acabei por não sentir nada, ri muito, brinquei, descansei, fiquei feliz, chorei, e sabe? To leve, renovada.

- Eu ainda to meio lenta, me situando no tempo e espaço, os ambiente me parecem completamente diferentes.

- Não da pra explicar mais que isso, não posso, e to com preguiça.

- Então era isso, só pra dizer que to viva, e que to ótima!!!!

- Ahhh!! A tarde estarei sem net!

sexta-feira, setembro 14, 2007

Ansiedade...


Então a ansiedade e o nervosismos me pegam assim meio de lado... Frio na barriga... Eu fico, em alfa, alienada e descompassada...
Finde incomunicável!

Fui pessoas!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Nada melhor que ele...


"Mas não é verdade que nunca tivesses suspeitado desta tarde e desta fome, não é verdade que por um momento sequer tivesses tentado fugir à tua trágica determinação, não é verdade que alguma vez tivesses sequer pensado numa possibilidade de salvação, sabias desde o começo da consistência ácida do que tecias, e no entanto persistias nela, como quem penetra num beco sem saída, caminhando pela estreita dimensão que sabias desde sempre, intransponível; sim, tu sabias deste momento a construir-se desde o começo, e não fizeste nenhuma tentativa de evitá-lo; agora é necessário que enfrentes, embora talvez não soubesses do depois deste momento que se faz agora e portanto não possas estar preparado para o próximo momento, mas deste sabes, tudo se encaminhou para ele, e já não podes fazer mais nada, á não ser enfrentá-lo; tens ainda o que convencionaste chamar força; tens ainda todas as partículas de tua determinação; tens ainda a tua integridade, embora saibas que ela pode te destruir, pois então toma dessa fibra que a si mesma se construiu em solidão sob teu olhar espantando e impassível, toma dessa fibra feita de algo tão denso quanto o ódio, toma do teu ódio, agora enfrenta."


Trecho de O Afogado - Livro O Ovo Apunhalado.
Caio Fernando Abreu

quarta-feira, setembro 12, 2007

...

Então ando me sentindo vazia. Sem nada. Podem sugar, não sai mais nada daqui de dentro. Não amo nenhum homem. Não odeio ninguém. Tenho problemas, os mesmos que todo mundo tem. Às vezes os meus parecem piores, mas com certeza não devem ser. Não estou passando por nenhum pseudocrise-interna, não estou dando pulos de alegria por nada. No momento, estou existindo. Inerte. Queria tanto me esvaziar, que consegui. Oca. Agora preciso me encher novamente, nem que seja a conta gotas. Porque esse oco da uma dor no estômago que não faz parte de mim. Uma amiga me disse que isso é um processo de purificação, de limpeza, não sei, ela tem umas idéias esotéricas meio malucas. Seja lá o que for, segundo ela o processo já chegou ao fim. Foi um processo dolorido, chorei todos os amores quer eu tive e perdi, por todos que me tiveram e perderam. Pelas minhas incapacidades. Um a um, cada fantasma da minha vida foi indo embora, foi expulso. E a cada um que saia de mim, era de uma dor enorme, como se levassem algo junto. E foram, todos, toneladas saíram das minhas costas. Mas acabou que vazio me incomoda. Eu sei o que quero. Agora sei exatamente o que quero. Só não sei se tenho condições de ir lá buscar. Tudo acabou me parecendo vazio de mais. Amo minhas amigas, meus amigos, mas ando preferindo ficar em casa. Deve ser o tal ostracismo. Não que eu não queria sair, ir pra rua, quero. Mas na hora, me dá uma coisa... Sei lá. Não sei explicar sem que isso pareça falta de vontade. Pois não é falta de vontade. É algo diferente. E como se perguntasse “pra que?” em tempo intergal. Isso deve passar também. Assim como passou a sensação de transbordar a cada passo. Ta confuso de mais. Ou talvez seja esse excesso de clareza que não me deixe ver as coisas. Ultimamente não consigo mais escrever nada conciso, coerente. Sai esse amontoado de coisas sem nexo. Mas não. Não pensem que estou mal. Não estou. Pelo contrário. Estou bem. Minha cabeça focada em uns problemas ai. Mas bem. Eu acho, que apesar de tudo não andava tão bem há tempos. Da uma estranheza e ao mesmo tempo um alivio, essa ausência de tudo, essa coisa oca. Uma outra amiga, bem menos mística e bem mais carnal, me disse que é apenas falta de sexo e de amor. Talvez. Podem ser que ambas estejam certas. Ou erradas. Eu simplesmente não sei. É como se nada tivesse grande importância. Nem meus medos. Nem minha casa com cercas brancas e labrador. Talvez seja pra não ser. Ou se for, será. Não me importo muito. Como se tudo estivesse como deveria ser. Como foi planejado. Em algum lugar. Em outro nível. Ou talvez não, talvez eu tenha ficado tão cansada que simplesmente parei de correr atrás do meu próprio rabo. Porque simplesmente não se chega a lugar algum. Pessoas me perguntam o que eu tenho. Como se estivessem me vendo pela primeira vez na vida. Como se viesse de outro planeta. Não sei o que tenho. Ou o que não tenho. É apenas uma sensação de que de agora em diante não há mais o que tirar de mim. Só preciso colocar. Absorver. Ou... Tsc. Não seja nada disso.

terça-feira, setembro 11, 2007

Plectranthus Nummularius


Bernardo chegou em casa ontem, trazendo da escola, uma muda de Plectranthus nummularius, conhecida popularmente como "dólar". E disse pra mim "agora não tem mais porque tu reclamar de dinheiro mãe, é só esperar nascer"


Ai, ai, ai... Quem dera né?

segunda-feira, setembro 10, 2007

Da série: Eu sei o que vocês andam fazendo!

Entretantas, blog ; Entretantas; Blog da Jana: Sim, sim, chegaram ao lugar certo! A vontade

Colorir a virilha: Olha, parece que dá, tem que testar antes, imagina se embola!

De tantas caras que eu posso: Como? Algum problema de português e de concordância verbal...

Não gosto de loiros : Nem eu, mas abro algumas exceções!

Eu entre tantas mulheres : É filha, a gente tem que se achar, por se não, ninguém acha!

Tudo depende da flexibilidade do rabo da lagartixa : Tudo! Já disse isso, no rabo da lagartixa que ta o segredo!

Eu amo pênis e eu quero ver isso: Aqui não tem não, mas sempre se pode procurar um ao vivo. Já tentou?

Quero casar com você , se não for nessa, será em outra vida: Aí, as vezes é melhor deixar ir sabia? Mas vou torcer pra não virem do mesmo sexo.

Eu sei que acabou tudo entre nós, mas: Mas nada minha filha, se acabou, acabou. A vida segue pra frente!

Sou autentica isso incomoda muitos: É incomoda mesmo. Mas vc liga?

Eu aprendir que dor são barreira: Agora você pode começar a aprender a escrever!

Me arrependo é isso me incomoda: Incomoda mesmo, mas passa vi, ou não, as vezes a gente se arrepende pra sempre, mas para de incomodar!

Mas, a vencedora de busca ainda é a foto do Marcelo Antony peladão!! Totalizei mais ou menos 25 buscas. A caça da imagem!!!

quinta-feira, setembro 06, 2007



Apertem os cintos, vamos bater!

PS: Dia da pá virada, odeio quando não estou a fim de fazer algo, e faço pelo bem geral da nação!

BOM FERIADÃO!

quarta-feira, setembro 05, 2007

10 Coisas que Irritam

Esse povo não aprende mesmo que eu adorooooooo correntes né? Essa aqui me mandou a última. Sobre 10 coisas banais (ou nem tanto) que me irritam.

1. Ter que repetir mais de duas vezes o que eu falei. Me irritar mais só se tiver que repetir isso pau-sa-da-men-te, pra ser entendida;

2. Gente depressiva. Ok, eu sei que depressão é uma doença, estou falando que nem toda gente depressiva sofre de depressão. Saca o que eu to falando? Aquele povo que adora pagar de mártir. Que seu problema sempre é maior que o dos outros, que sempre sofre mais do que qualquer pessoa? Então, esse tipo. Como diria o CFA, nada que um tanque de roupa suja não resolva. Mas claro que as roupas de figuras assim estarão mais sujas que as suas.

3. Contar moedinhas. Eu sou pobre. Mas meu espírito é rico. Saca quando você sai com uma amiga, ou com alguém e for dividir, é dividir. Meio a meio. E desde que ninguém tenha pedido nada exorbitante, como ela só ter tomado refrigerante e você ter enchido a cara de cerveja, acho o cumulo algo do tipo: sua parte deu R$ 12,48 e minha R$ 11,35.

4. Lençol. Me irrita. Acho que a maior invenção do século foi o lençol com elástico. Sempre esticadinho. E odeio lençol de cima, aquela coisa embola nas pernas e eu não durmo nem amarrada. Passo a noite esticando o troço. Por isso o aboli. Só uso edredom.

5. Falar com alguém que me cutuque. Eu já tenho dois ouvidos. Eu ouço bem. Então não precisa ficar me segurando, ou me tocando.

6. Caminhar. A não ser que eu esteja de dieta, e que eu precise caminhar, a não ser que seja pra fazer compras que me interessem, a não ser que o motivo da caminhada me interesse, que o passeio me interesse... Não me movo. Odeio caminhar. Então se é algo que nem faço tanta questão e eu tenho que caminhar pra isso, desista, eu não vou.

7. Livros com orelhas, amassados ou sujos. Um dos motivos que eu odeio emprestar livros é esse. Eu cuido deles. Ta certo que eu tenho uns bem velinhos e meio destruídos, mas já os ganhei assim. E cuido pra que não piorem. Mas tem coisa pior que emprestar um livro e receber de volta o livro amassado, ou com aqueles sinais clássicos que a pessoa fez uma refeição inteira em cima dele?

8. Manha de crianças. Me irrita. Mas ignoro. Sou completamente capaz de ignorar uma criança chorando por manha. Não sendo bebe de colo (pq esses a gente nunca sabe o que pode ser) eu não consigo suportar. Eu sei, meu instinto materno não é lá muito grande. Nunca falei com o Bernardo como uma retardada, aquela coisa de “mimir”, “papar”, “nanar”... Eu sempre falei como deveria ser “dormir”, “almoçar”, “jantar”... E assim é com as manhas, toda vez que ele tinha uma, deixava lá, com aquele choro insosso, e ignorava, quando ele parava, olhava pra ele e dizia “agora vamos falar”, é assim até hoje. Ele sabe que comigo isso não funciona. Mas ainda faz uso da tática, porque com a avó funciona muitíssimo bem.

9. Gente reclamando de tudo. Me irrita. Irrita muito. Eu odeio acampar. Por isso não vou. Mas se um dia alguém me convencer a ir, não reclamarei um minuto. Acho que a gente quando topa algo, topa tudo, parte boa ou ruim. Vai, entra na dança. O que me irrita é aquele tipo de pessoa que vai a algum lugar e reclama o tempo inteiroooo. Sou mais ou menos assim, “ta no inferno, abraça o capeta”. Se o finde na praia melar, porque choveu, tente achar alguma coisa pra fazer, e pare de reclamar.

10. Enrolação. Sou direta. Absurdamente direta. E perceber que alguém ta embromando pra me falar algo me da cólica de irritação. Não embaça e fala logo.


Bônus:


11. Andar de ônibus, gente atrás de mim no pc, pasta de dente aberta, gente otimista de mais e em tempo integral, engordar, banho gelado, gente que fala miando, meninas em série, lápis de olho que escorre, que belisquem do meu prato, todas a luzes da casa acessas, que me acordem, celular desligado, ligações de números privados que não falam, atraso, gente com tic nervoso, quando começam a falar e não terminam, quando repetem algo pra mim (como se eu fosse burra), ter que trocar o papel higiênico (sem ter sido eu a termina-lo), ver filme com alguém que fala o tempo todo, atendentes de tele-marketing, atendentes de operadora de celular, filas...

Não, eu não sou chata ho ho ho


Eu sou má, se eu tive que responder, vocês também terão:

Ana D.



Carol

Mila

Clara

Cin

terça-feira, setembro 04, 2007

Só bobagens...

Fuçando numas coisas lá em casa, achei umas agendas antigas, do tempo que eu tinha agendas, com vários clipes coloridos, recortes de revista (Carinho, Capricho – alias vendo a Capricho da minha afilhada, me dei conta que a Capricho da minha época era bem mais legal) e todas outras bobagens que a gente guarda quando somos “adolescentes”:

- Quando eu tinha uns 9 anos, já era sábia o suficiente pra escrever numa das páginas: "MENINOS SÃO IDIOTA, DESISTA DE TODOS ELES!!!!" Já quebrei a cabeça pra tentar me lembrar quem foi o causador dessa frase, porque é certo que quem me fez ter uma resolução tão séria só pode ter sido um menino.

- Quando eu tinha uns 11anos, já vivia essa eterna crise com a minha mãe: “Fui adotada!! É a única explicação que vejo pra ser filha de alguém tão diferente de mim! Eu não pertenço a essa família!”

- Aos 12, já tinha crises e fazia coisas que iria me arrepender: “E agora?????????? Gosto do Dani, mas beijei o Chico!!!!!!!!! Só batendo a cabeça na parede!” Daniel, irmão de uma amiga, a Luciana, era apaixonada por ele, então numa festa na casa dela, beijei o Chico, outro irmão dela, bemmmmmm mais velho que eu, na verdade eu sei que beijei porque nunca tinha beijado antes, e queria aprender antes do Dani. E fui fazer isso beijando o irmão??? Por sinal descobri da onde vem meu trauma com língua na orelha (odeiooooo), vem do Chico, lembro que ele colocava a língua na minha orelha (nojooooooooo). Pros curiosos, eu namorei o Dani depois. Ho ho ho!

- Na mesma época: “Comprei!! Comprei! Minha melissa transparente, pra usar com meias de lurex!!” Ninguém merece!!! Saca, o gosto da criatura?? Meias de lurex (pra quem não sabe é um tecido brilhoso, prateado, dourado e tals) com melissa transparente? Me chicoteia!!

- Achei duas páginas escritas em código, estrelas, corações, quadrados... Pena que não me lembre mais a combinação, fiquei curiosa em saber o que de tão segredo existia ali.

- E meu gosto duvidoso pra moda continuou, tem o relato do dia que ganhei uma calça branca com várias margaridas coloridas florescentes! (??) Eu dizia que ia arrasar a noite! Por conta da luz negra, ia só aparecer às margaridas! Ainda bem que a gente cresce e melhora né?!

- Quando perdi a virgindade tem só uma frase: “Como é que as pessoas podem gostar disso?!!” É eu viria saber como mais tarde.

Como a vida era simples e a gente nem sabia!!!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Drops (de novo)


- Pela 212343435986785 vez esse ano estou gripada. Nariz vermelho, gastando quilos de lenço de papel, fanha e sem nenhum saco pra nada!

- Eu procuro sarna pra me coçar. Comprei o Crash de corrida pro Bernardo. Meu dedão esquerdo teve cãibra esse fds de tanto jogar aquele troço.

- Sabe as pessoas não entendem que quando tenho eu problema minha cabeça fica centrada naquilo, e o que eu quero é resolver, minhas idéias só giram em torno de como resolver o fato. O que me tira do sério é que uma responsabilidade que é dividida por dois, deveria ser meio a meio, mas não é tudo jogado nos meus ombros. E as pessoas ainda querem saber porque fico irritada quando querem conversar pra ver se alivia a coisa toda. Saca conversar?? Eu posso conversar sozinha ou com a parede que da o mesmo efeito. De você quero que assuma os 50% que lhe cabe. Isso sim realmente me aliviaria. Depois que você fizer isso, podemos então sentar e bater papo.

- Acho que os brotos de girrasol não vão nascer, não sei, falta sol nessa cidade. Já fiz de tudo, e não abrem...

- To na metade de Cartas, do Caio, resolvi parar e começar tudo de novo, agora com um marca texto... Tanta coisa ali que merece ganhar nuances coloridas... Eu sei que pra vocês deve ser um porre, mas vai abaixo três trechos do livro...


“...Uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Porque o zen de repente escapa e se transforma em sem? Sem que se consiga controlar...”

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“ Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem sol.”
Caio Fernando Abreu – Cartas. – A Sérguo Keuchgerian (10/08/85)

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“Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável. Você compreende, compreende, compreende e compreende cada vez mais, e o que você vai compreendendo é cada vez mais aterrorizante – então você “pira”. Para não ter que lidar com o horror. ‘Porque estar vivo, verdadeiramente vivo, é horrível’ – já dizia GH de Clarice...”
Caio Fernando Abreu – Cartas. – A Maria Lídia Magliani (10/09/91)

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“Fico ouvindo as pessoas naquele rodenir de ligou?-vou-ligar-não-sei-se-ligo-se-ligar-dizque-saí etc.&etc. e acho de uma pobreza alagoana. Meu Deus, penso, tanto tanque cheio de roupa suja para ser lavada, tanto piso pra ser encerado, tanta azálea mutante para ser regada, tanta meia pra ser cerzida e fica essa vEadagem? Que perCa de tempo. To bem assim, bem indiferente. O coração, um cactus. Não me importo mais”
Caio Fernando Abreu – Cartas. – A Maria Lídia Magliani (10/06/92)