quarta-feira, novembro 30, 2005

Natal

Natal era bom quando eu era pequena, na minha casa era muito comemorado e começa muito antes das vitrines estarem enfeitadas... Não usávamos essas árvores prontas, meu pai fazia questão de sair e comprar uma ponta de pinheiro, não era grande, mas para os meus pequenos olhos era imensa. Então minha mãe a plantava num vaso e dávamos início a arrumação.

Eram tantas bolas, guardadas uma a uma, porque ao contrario de hoje em dia, não eram bolas de plástico, eram bolas de vidro, uma mais linda que a outra, transparente com estrelas prateadas, algumas eram em relevo, multicoloridas, de todos os formatos possíveis, losangulos, ponteiras, outras semibolas, com o menino Jesus em sua manjedoura, havia estrelas, sinos (que realmente tocavam), eram colocadas delicadamente na árvore, pois seu vidro era tão fino que algumas chegavam a ser transparentes, luzes coloridas e uma enorme estrela no topo davam o toque final.
Depois começávamos a montar o presépio (pergunte a alguma criança hoje o que é isso, duvido que saibam), eram bonecos de gesso enormes, e começávamos a montar no portão de casa, um caminho de pastores, que subia a escada e adentravam nossa casa, bem próximo a árvore, encontravam-se os reis magos, Maria, José, Menino Jesus, as vacas, o burro... Até a estrebaria montávamos... À noite sentávamos na sala com as luzes apagadas para que pudéssemos ver a árvore piscar e iluminar o Menino Jesus.
Passavamos o mês numa ansiedade boba de criança, sentava em frente à árvore e conversava com Papai do Céu (minha mãe me dizia que Papai do Céu que pedia pro Papai Noel dar presente para as crianças boas), contava o meu dia, e modificava o presépio sempre.
Dia 24 minha mãe estava em função da ceia, peru, rabanadas, e todas as outras maravilhas que nos fazem engordar horrores nessa época do ano, fazíamos uns biscoitos decorados que eram pendurados na árvore para que todos comessem a noite (era geralmente na minha casa que se dava à festa da família).
Colocávamos milho numa caixa junto ao portão para renas, perto da hora do Papai Noel chegar, saiamos com meu pai, para procurá-lo, era impressionante que sempre o "víamos" pulando de casa em casa, mas ele era rápido e escondia-se de nós, quando voltamos, eufóricas por ter "quase pego ele" víamos todos aqueles presentes, ele havia acabado de passar... Não era como hoje, onde as crianças nem sabem o que querem, no meu tempo aguardávamos o ano todo por um determinado presente, e era isso que era especial, era o valor que dávamos a ele... A festa toda... Me parecia muito mais divertida, talvez porque eram olhos de crianças que a viam...
Tento hoje passar isso pro meu filho, com arvores artificiais, com bolas de plástico... Mas por mais que tente, alguma coisa se perdeu... Lá no começo... E isso não volta mais...
Beijos pra vocês meus amores!

segunda-feira, novembro 28, 2005

O meu lado brega...

Afinal todos nós temos né? E eu por mais perfeita que seja não tinha como fugir disso! Uns gostam de sertanejo, outros andam se arriscando pelo funk. Mas eu não, eu sou romântica, apesar de aparentar ser mais desbocada do que qualquer outra coisa!!
Mas é fato, todos nós temos aquele cantor que adoramos, mas camuflamos isso (e não conta Roberto Carlos! Sim, ele é rei! Sim eu gosto dele! E sim, RC nunca é brega! ), e claro que eu tenho o meu! E gente eu admito aqui (em off! Se alguém ai me acusar algum dia, eu nego!) eu ADORO Fábio Júnior!!! É, pois é, eu sei, mas eu admito, adoro as músicas dele, as letras (sim, aquele mela calcinha, de alma gêmea, de caça e caçador, de telefona pelo amor de Deus ou me enforcar daqui a segundos!!!), toda vez que o vejo na tv (e não importa se é Gugu ou Faustão) eu paro e canto, sonho...
Mas não é só das músicas que eu gosto, eu acho aquele cerumano SEXY PRA CARALHO! Sim, eu sei que ele já ta passadinho, sei que tem quilos de maquiagem naquela cara, mas aiiii!!! O que é aquele sorriso safado dele, o que é aquela mexidinha de cabelo??? Respondam!!! E assim, não me entendam mal, mas ele deve ser muito bom de cama!!! Ta eu sei que "as aparências enganam", e que ele é um cafa da maior qualidade, afinal foram trocentos corações destruidos, mas qual a mulher que não tem uma queda por um cafa? E de mais a mais a pobre mortal aqui nunca viverá uma experiência pra saber se ele é bom ou não no babado, então deixa eu sonhar tá!
Eu compro os CD's, como aquele sorriso amarelo "é presente para uma amiga", já fui até em show, discretíssima para não ser notada, mas lá dentro do escuro, eu gritei, eu cantei, e quando ele cantou "vem, senta aqui.." eu fui à beira da histeria!!! Aiiii eu sento!! Eu sento e faço tudo que você quiser!!! É só você chamar de novo
...
Chama vai!!! Chama?
...
Um sussuro, uma "veizinha" só, vai chama
...
Não faz assim....
...
Sim, eu confesso... Eu tenho meu lado brega! kkkkkkk
Um bom dia pra vocês!
BRIGADUUUUUUUUU!!

quarta-feira, novembro 23, 2005

- Leva o prato pra cozinha Bê!
- Não, isso é trabalho e criança não pode trabalhar!
- Isso não é trabalho meu filho...
- Tu disse que a vó ficava em casa mas o que ela faz é trabalho e é isso que ela faz...
- Mas é diferente.
- Porque?
- Porque sim!
- Porque sim não é resposta.
- Leva que eu to mandando.
- Crianças não trabalha! Só brinca...

Levantou da mesa e foi brincar... Isso que dá tentar ensinar os direitos para um filho meu!!

terça-feira, novembro 22, 2005

Tia Jana no traumatologista...

Sentada, morrendo de dor esperando pra ser atendida (graças a deus não era pelo SUS ou ainda estaria sentada lá)! Entrei na sala e deixei o namorido esperando do lado de fora. Hum médico gatinho... Vou pagar de gatinha pra ele...
- Oi moça, que tu fez no dedinho...
- Bati com ele (não ia contar a história ridícula de ter acordado assustada e errado à porta). Estão meio tortos né Dr?
- Meios? Completamente! Coloca o pé aqui, deixa-me ver isso.
- Não toca. Não toca! NÃO TOCA PORRRRRAAAAA!! AIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!! (minha pose de gatinha tinha ido pelos ares)!
- Ta quebrado, mas vamos fazer um RaioX.
Exames feitos...
- É ta quebradinho, aqui o ta vendo? (Me mostrando rachadurinhas de menos de 1cm cada).
- Essas merdinhas desse tamanho tão causando a naba dessa dor? (possuída pelo meu eu mais interior, falando palavrão e esquecendo a pose já)!
- Sim, teremos que infiltrar para que eu possa colocar teu dedo no lugar.
- Ok. Agora traduz pra minha língua, o que tu (o Dr. já tinha ido pros infernos), vai exatamente fazer.
- Vou dar uma injeção aqui, aqui, aqui e aqui, pra colocar no lugar...
- Hum. Tem como ser sem injeção? Eu tenho medo de injeção (já choramingando)!
- Sem chance! (com riso sarcástico na cara) Sentada na maca, esperando ele arrumar a bendita seringa. Suor escorrendo e músculos contorcidos.
Ele segura o meu pé:
- Vai sentir uma picadinha.
- PUTAQUEOPARIU!!! CARRALHO!!!
- Vai sentir outra picadinha.
- MERDA! MERDA! MERDA!! PARA COM ISSO MERDA!!
- Agora só falta duas, vamos lá seja forte (eu já tava me sentindo uma menininha de 5 anos de idade, completamente abestada)
- AI CARALHO!! NABA, DA A OUTRA DE UMA VEZ E ACABA COM ISSO PORRA!
O que se deu depois parecia cena de tortura chinesa, ele puxava freneticamente meus dedos colocando-os no lugar, sentia tudo estralar e os ossinhos ranger. Depois uma enfermeira, que parecia mais interessada em me cantar do que no meu sofrimento (eu daria uma ótima atriz de novela mexicana) imobilizou meus dedos.
- A gente se vê semana que vem moça. Disse o médico.
- Sim e eu prometo aprender alguns palavrões mais legais.
Ai meu Deus, tão gatinho e eu paguei maior mico...
- Como foi lá?
- Tranqüilo amor, tua namorada é uma lady!
- Uma lady dos palavrões se eu te conheço bem....

sexta-feira, novembro 11, 2005

Quando você deseja alguma coisa todo Universo conspira para que você NÃO consiga realizar. Te contar viu, tem gente que gosta de contar dinheiro na frente de pobre!

To de dieta a incontáveis, intermináveis dois dias e é claro que já to em crise de abstinência precisando de doce, gordura saturada, pão, massa, algo muito, mas muito engordativo... Passo um tempo pensando em tudo que eu quero comer e não posso, mas enquanto esta aqui dentro da cabeça eu to segurando a onda, eu vou comendo essas nabas de comidas pra vacas e imaginando uma linda lasanha com molho branco, que vc corta e o queijo fica espichando... espichandoooo...

Hummmm Saiiii Daquiiiiiiiiii! Enquanto ta dentro da cabeça tudo bem, eu surto sozinha e seguro meu surto, mas Deus, dois dias, apenas DOIS diazinhos e lá em casa já teve, nhoque, bife milanesa, lasanha, torta de bombom, mouse de chocolate e uma nega maluca!!! Isso nunca tem na minha casa, quando resolvem fazer é tipo "dia especial", mas agora pra ficar brincando com a Juanita (a minha lombriga de estimação), as queridas amigas de mamy resolvem fazer uma festa gastronômica!!

Eu me tranco no quarto, eu finjo que nem é comigo, mas aiii aquele cheiro de bolo assando, aquelas vozes de caturitas engasgadas falando o quão bom, apetitoso, suculento estão as coisas... Eu não to agüentando Não to mesmo!! Sai de casa hoje com voz da minha mãe, que mais parecia uma voz do além me aterrorizando "acho que tua madrinha vem jantar aqui em casa hoje".

Abre parênteses:

Minha madrinha me dá calafrios, me lembro que quando pequena se vc fosse na casa dela e ela te achasse magra, começava um processo de "soca comida", conta à lenda que até remédio pra abrir o apetite ela colocava no seu suco escondido!

Fecha parênteses.

Minha madrinha mora no interior, não coloca os pés na minha casa a mais ou menos um ano!! Clarooo que ela tinha que vir agora!! Imagina que as coisas iam aliviar pra mim!! Murphy existe, e ele me odeia!!! Depois não me venham reclamar se eu começar a olhar pra vocês como os caras de desenhos animados que ficam perdidos em ilhas desertas! Até se eu olhar bem vocês já estão me parecendo um saboroso bifão, uma coxa de galinha suculenta, uma torta maravilhosa de chocolate... Ham.. Ham..

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!

segunda-feira, novembro 07, 2005

A minha voz continua a mesma (rouca como sempre)... Mas os meus cabelos...

... Estão lindos!!!! Não agüentava mais me olhar no espelho, portanto esse finde (que foi de chuva o tempo todo!!!) acabou sendo de sessão S.O.S cabelos. Quinze centímetros a menos (Agora eles estão a cima dos ombros) e uma nova cor, Framboesa (Pera! Não imaginem literalmente a cor, na verdade é um quase preto com tons avermelhados... Que sem falsa modéstia realçou meus olhos verdes!). Assim que a pobre aqui descolar uma digital mostro pra vocês. Mas eu adorei, estou me sentindo outra.
Agora começa o tratamento S.O.S gorduras...Uma corrida desenfreada para deixar de ser uma vaca gorda...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Escrever

Já me perguntei muitas vezes porque essa necessidade quase louca de escrever, de colocar no papel sentimentos, emoções, vontades, banalidades... Isso vem muito aquém do blog, antes mesmo de saber o que era isso, eu escrevia, para mim, para que eu pudesse ler, reler, e talvez dessa forma compreender o porque de sentir certas coisas, porque dessa forma buscar muitas vezes simplesmente colocar pra fora e esquecer, ou então me convencer de que aquilo simplesmente é, alheio a minha vontade.
E muitas vezes me reencontro assim no blog, escrevendo para mim, indiferente de que alguém leia, ou entenda o que se passa, escrevo para mim, para o que sinto, podem perceber isso quando muitas vezes um post que cabe uma continuação, simplesmente fica assim, inacabado, pois de certa forma já resolvi o que tinha que resolver comigo mesma, ou não, ou simplesmente, coloquei pra fora, e vi que não vale tocar no assunto novamente, e ele fica lá inacabado no papel, inacabado em mim.
É mais ou menos como este, uma escrita pra mim, uma escrita muda, pois minha alma sente vontade de gritar palavras mudas, que ninguém ouçam, simplesmente porque parece que tenho a necessidade de estar em conflito, comigo mesma, porque tenho o pior defeito que alguém possa ter, procuro problemas, em mim, lá no fundo. Porque esta tudo bem, mas eu queria mais, algo mais fundo, algo que nem eu mesma sei o que é, é o costume de sempre querer algo diferente do que estão me dando. Ok, eu poderia ganhar mais, mas não me falta nada, eu poderia ter kilos a menos, mas isso depende apenas de mim, eu queria que demonstrassem o amor de forma diferente, mesmo que eu tenha certeza de que recebo todo o amor que podem me oferecer. Eu sempre fui do tipo de pessoa que apontava meus defeitos sem nem pensar, eu invejo as pessoas, sim a inveja ruim mesmo, aquela que desde pequena nos ensinaram a não ter, mas não invejo o que elas têm, mas o que elas são, a leveza de ser, a praticidade com que encaram os problemas e a maravilhosa virtude de viver bem, sem conflitos. Agora se é pra falar em qualidades, fico horas pensando em algo que valesse a pena citar.
Sou a eterna insatisfeita, e assumo isso. Agora estou insatisfeita com o que? Além de mim mesma, com o resto do mundo todo. Exagero? Talvez sim, mas talvez não. Eu não me suporto mais. Sobre os outros, espero mais, quero mais, quero que leiam meus pensamentos e façam exatamente o que eu gostaria, no momento que gostaria. Eu sei é loucura, eu sei estou sendo completamente psicótica, é, mas eu talvez não seja uma pessoa tão boa quanto gostaria de ser. Talvez não, eu com certeza não sou a pessoa leve e boa que gostaria de ser... Afinal quem é totalmente bom?? A minha única diferença é que não tenho medo de escrever isso aqui, pra quem quiser ler, e principalmente para que eu possa ler...
"Eu escrevo sem esperança do que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera nada... Porque no fundo a gente não esta querendo alterar as coisas. A gente esta querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
(Clarice Lispector)

terça-feira, novembro 01, 2005

Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo...

Vivi minha vida de paixões, arrebatadoras, avassaladoras, que vinham me invadiam, me desmontavam, me desnorteavam, me reviravam, me consumiam por inteiro, era a aflição diária, o frio na barriga constante, aquele suar de mãos, eu perdia o tino, eu perdia o rumo... A cada ligação, uma tempestade de emoções dentro de mim passava, a cada encontro era o coração pulando na garganta, era o medo de não ter quando precisar... Era o incerto, o inconstante, a duvida permanente... E quando por fim, a tempestade passava, eu ficava lá, completamente desmontada, tentando reconstruir os pedaços...Unir os pontos, lamentando a perda do leme, tentando resgatar o curso... Era esta a única forma de amor que conhecia... Eram tempestades dentro de mim...
Hoje eu tenho a sorte de um amor tranqüilo (ao menos Cazuza acha isso uma sorte), um amor que não me desnorteia, não me consome, simplesmente porque sei que ele está ali e estará amanhã, é meu alicerce, não me causa taquicardia, mas deixa meu coração em paz, num ritmo constante, não me faz perder o tino ou o rumo, pelo contrário, me conduz pelo caminho, não me faz sonhar planos e vidas paralelas, mas constrói dia após dia uma vida concreta e real. Não tenho a emoção diária, mas tenho o carinho seguro, o abraço acolhedor e principalmente o amor sincero. Conheci o verdadeiro significado da palavra companheiro. Quando entrei nessa calmaria, acreditei que não era amor, pois não fui lançada a 3 mil metros de altura, nem senti a emoção da queda livre, duvidei de mim mesma e de meus próprios sentimentos, eu não estava acostumada com o mar brando a caminho do porto seguro. Se sou feliz? Sim! Se não sinto falta das tempestades? Estaria mentindo se dissesse que não, mas conheci uma nova forma de navegação... E acredito que essa seja a que me realize mais... Calmarias dentro de mim...