Já me perguntei muitas vezes porque essa necessidade quase louca de escrever, de colocar no papel sentimentos, emoções, vontades, banalidades... Isso vem muito aquém do blog, antes mesmo de saber o que era isso, eu escrevia, para mim, para que eu pudesse ler, reler, e talvez dessa forma compreender o porque de sentir certas coisas, porque dessa forma buscar muitas vezes simplesmente colocar pra fora e esquecer, ou então me convencer de que aquilo simplesmente é, alheio a minha vontade.
E muitas vezes me reencontro assim no blog, escrevendo para mim, indiferente de que alguém leia, ou entenda o que se passa, escrevo para mim, para o que sinto, podem perceber isso quando muitas vezes um post que cabe uma continuação, simplesmente fica assim, inacabado, pois de certa forma já resolvi o que tinha que resolver comigo mesma, ou não, ou simplesmente, coloquei pra fora, e vi que não vale tocar no assunto novamente, e ele fica lá inacabado no papel, inacabado em mim.
É mais ou menos como este, uma escrita pra mim, uma escrita muda, pois minha alma sente vontade de gritar palavras mudas, que ninguém ouçam, simplesmente porque parece que tenho a necessidade de estar em conflito, comigo mesma, porque tenho o pior defeito que alguém possa ter, procuro problemas, em mim, lá no fundo. Porque esta tudo bem, mas eu queria mais, algo mais fundo, algo que nem eu mesma sei o que é, é o costume de sempre querer algo diferente do que estão me dando. Ok, eu poderia ganhar mais, mas não me falta nada, eu poderia ter kilos a menos, mas isso depende apenas de mim, eu queria que demonstrassem o amor de forma diferente, mesmo que eu tenha certeza de que recebo todo o amor que podem me oferecer. Eu sempre fui do tipo de pessoa que apontava meus defeitos sem nem pensar, eu invejo as pessoas, sim a inveja ruim mesmo, aquela que desde pequena nos ensinaram a não ter, mas não invejo o que elas têm, mas o que elas são, a leveza de ser, a praticidade com que encaram os problemas e a maravilhosa virtude de viver bem, sem conflitos. Agora se é pra falar em qualidades, fico horas pensando em algo que valesse a pena citar.
Sou a eterna insatisfeita, e assumo isso. Agora estou insatisfeita com o que? Além de mim mesma, com o resto do mundo todo. Exagero? Talvez sim, mas talvez não. Eu não me suporto mais. Sobre os outros, espero mais, quero mais, quero que leiam meus pensamentos e façam exatamente o que eu gostaria, no momento que gostaria. Eu sei é loucura, eu sei estou sendo completamente psicótica, é, mas eu talvez não seja uma pessoa tão boa quanto gostaria de ser. Talvez não, eu com certeza não sou a pessoa leve e boa que gostaria de ser... Afinal quem é totalmente bom?? A minha única diferença é que não tenho medo de escrever isso aqui, pra quem quiser ler, e principalmente para que eu possa ler...
"Eu escrevo sem esperança do que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera nada... Porque no fundo a gente não esta querendo alterar as coisas. A gente esta querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
(Clarice Lispector)
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