terça-feira, outubro 31, 2006

O que deseja?


Foi a pergunta que me fez ontem o rapazinho que é atendente no meu banco. Um ruivinho cheio de sardas, com no máximo 17 anos. Olhei nos seus olhos e vi aquele brilho que nossos olhos tem quando somos adolescentes, aquela sede pela vida, aquela certeza que podemos tudo, que se quisermos iremos conquistar o mundo. Uns olhos que vêem tudo vermelho intenso.

O que desejo? Desejo ter esse brilho novamente nos meus olhos. Desejo essa sede pela vida, essa certeza de que tudo vai dar certo, de que posso tudo. Desejo é esse sentimento que nos faz levantar da cama aos 17/18 anos, aquela sensação de “meu Deus mais um dia maravilhoso, onde eu posso tudo”, não que hoje eu seja uma depressiva que não consiga levantar da cama, mas todo dia pela manhã gasto pelo menos10 minutos procurando um motivo pra levantar da cama, e tudo que eu consigo é “bora Jana, se já ta uma merda, ficaria pior se perdesse o emprego”. Desejo novamente esses olhos, desejo trocar meus olhos cinzas pelos seus.

Desejo noites de sono, desejo que essa insônia recheada de fantasmas que andam a me atormentar desapareça. Desejo que as lágrimas de tristeza sequem dos meus olhos. Desejo que esse povo cuide menos da vida alheia. Desejo que essa nojeira de caráter que vejo espalhada ao meu redor seja apenas ilusão de ótica. Desejo realmente conhecer o ser humano, saber quem a pessoa realmente é, pra que mais tarde não sofra nas mãos de um completo estranho.

Se pudesse, também desejaria voltar no tempo, não pra mudar minha vida, mas pra revive-la sabendo tudo que sei hoje. Desejo poder olhar pro Bernardo e não ter uma nuvem cinza em meus olhos que ele não compreenda. Desejo conseguir olhar o mundo novamente multicolorido.

Desejo amar e ser amada. Desejo paixão ardente. Desejo carinho sincero. Desejo silêncios que não me sejam constrangedores. Desejo uma casa com cerquinha branca, um jardim florido, e uma boa xícara de café na varanda. Desejo sair daqui, dobrar a esquina e encontrar o grande amor da minha vida. Desejo ouvir sinos quando isso acontecer, ou quem sabe aquela luz que aquele escritor diz que veremos sobre o ombro de nossa alma gêmea. Tudo para que eu não o deixe passar em vão.

Desejo me esquecer do poder da crueldade humana. Desejo esquecer o quanto o ser humano pode ser dissimulado, frio e cruel. Desejo tirar da minha memória, todas as vezes que me senti pequena, que me senti humilhada, que me magoaram e que magoei.

Desejo não ter que dormir até mais tarde no domingo apenas por não querer acordar e ter que constatar que estou sozinha. Desejo dormir até mais tarde no domingo pra prolongar os momentos de felicidade.

Desejo mais dinheiro, mais dinheiro pra todo mundo que precisa. Desejo poder comprar presentes para os que amo. Desejo dinheiro pra poder ajudar quem precisa. Desejo que todos que tem dinheiro façam isso. Esse mundo seria tão mais fácil.

E se não for pedir muito, desejo que todas as minhas estrias, celulites, gorduras localizadas sumam por osmose. Desejo também ter a minha bunda dos 18 anos de volta.

Desejo ser feliz, no sentindo amplo desta palavra. Desejo que esse vazio, esse oco aqui dentro se complete. Que esse nada vire tudo! Desejo me sentir inteira novamente, pois estou cansada de catar os pedaços. É isso, desejo acima de tudo paz!

- Moça? O que deseja? (me pergunta novamente o ruivinho de olhos vivos)

- Ahhh, tanta coisa, tanta coisa...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Eleições e a malandragem do meu filho...


Bernardo deve ser o cabo eleitoral mais ferrenho do Geraldo e da Yeda (candidata ao Governo do Estado do RS). Minha mãe pra implicar com ele vive dizendo:

- Bê, a vó vai votar no Lula e no Olívio (candidato do PT ao Governo do Estado).
Ele fazia cara feia e ela emendava:

- To dizendo vou votar no Lula e o no Olívio.

Bernardo ouvia, ouvia, ouvia... Ai olhou bem sério e disse pra ela:

- Ta bom vó, vota no Lula e no Olívio, mas não esquece que o número deles é o 45!

Kkkkkkkkkkkk

Um bom finde pra vocês!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Vou gozar com meu ego. Ou então... Me achando a bolachinha de chocolate mais recheada do pacote!


Você tentou com todas as suas forças me fazer achar que toda a culpa por tudo que deu errado era minha, tentou que eu acreditasse que minha vida era ótima e eu tinha estragado tudo. E eu confesso, por breves momentos você até conseguiu... Eu disse por breves momentos... Pois (da licença que meu alter ego vai entrar em vigor) eu sei a mulher maravilhosa que sou, eu sei o conteúdo que tenho, eu sei que posso fazer rir, eu sei que posso ter papos profundos e filosóficos, eu sei que tenho conteúdo pra conversar horas com alguém, eu sei do meu potencial, porque o quase pra mim não existe...

E você? Você nem entendeu o que eu quis dizer quando disse que você me dava asco, simplesmente porque você não sabe o que essa palavra significa. Você não sabe rir de uma piada inteligente, você só ri no meio de um bando de homens suados falando abobrinhas (este é o seu mundo!). Papos profundos? Com você? Impossível se nem os superficiais rolam, pois você na ausência do que saber falar virou um monossílabo! Ah e claro, você é um quase completo, um quase-mediocre! Porque nem pra ser medíocre completamente você foi capaz. Com toda essa banca de eu sou bom, eu sou certo, eu sou correto, você tentou esconder quem era de verdade, e até conseguiu, mas querido, é fato, ninguém consegue enganar sempre. Um dia, a ausência de palavras deixa de ser mistério e passa a ser falta de conteúdo, um dia essa introspecção deixa de ser bonitinha e passa a ser falta de conteúdo, um dia a pele de bom moço deixa de existir e passa a ter conteúdo de mais, um conteúdo medíocre é verdade.

Você super estima o ter, e esquece que antes de tudo é preciso ser. De que adianta ter tantas coisas e ser tão pouco? Perdi a contas das vezes que li algo interessante, vi um filme interessante, quis comentar alguma matéria com você, mas deixe pra lá por achar que você não compreenderia? E me culpava disso, por querer de mais de você. Quantas vezes deixei de contar coisas sobre mim simplesmente porque você iria me achar uma louca-insana, com medo de “o que ele vai pensar de mim?” E me culpava por ser tão antítese sua (e com certeza você não deve saber o que essa palavra significa tb). Aliás, eu tenho uma lista de palavras que parei de usar porque simplesmente você não entendia o significado delas, deveria ter te comprado um dicionário! Entenda, errado não é não saber e sim não querer aprender... Mas meu caro, eu posso ser uma louca-insana, mas você é, desculpe dizer, provinciano. Eu sei que você gosta de vida sem loucura, só que pra mim a vida sem loucura não existe, é chata, e nos enterra, e quantas vezes me culpei por não ser essa pessoa certinha que você almeja.

Lógica? Que se foda a lógica. Eu não tenho tesão nenhum em separar o certo do errado. Espero não agüentar mais a dor do caminho errado para mudar de vida, é só isso que acontece. E o caminho certo também não me dá muito tesão não. Era isso que faltava, você não tinha como sentir tesão por mim, porque não concordava com toda a minha loucura que não te mostrava e eu tentei sentir tesão por essa tua vida tão regrada. Eu queria sexo num sábado as 3 da madrugada, e você vinha com sexo numa sexta às 8 da noite... E você me culpava! E eu me sentia culpada! E eu tinha enjôos comigo mesma me achando o ser mais miserável do planeta!

Ah, mas não, dessa vez não!! Não tenho culpa de viver a vida, de entrar de cabeça em tudo, de me jogar sem garantias de rede de segurança, não tenho culpa de ser intensa. Eu não tenho culpa de ser mais do que ter. Na verdade eu tenho até sorte! Melhor ser assim do que ser meio como você, de meios beijos, meios desejos realizados, meios carinhos, meia entrega, meio SEM SAL!

Você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu. Eu cansei de ter que ficar explicando o que queria dizer, simplesmente porque você não entendia as palavras que eu usava e sinceramente você não entende nada de entrelinhas, eu cansei de ter que parecer mais burra do que sou, por isso acabo de matar você. Eu cansei de me culpar por querer evoluir simplesmente porque você estava estagnado (entenda, estou falando de ser!). Eu cansei disso também, de ter que usar parênteses para explicar tudo que eu queria dizer, simplesmente porque você não tinha a capacidade de entender nada que não fosse superficial. Eu cansei do superficial. Se formos pensar, nós dois, esse relacionamento, foi isso, superficial, ou você sabe algum dos meus sonhos mais secretos? Porque eu, eu não sei os seus.

Então, por favor, não me venha agora dizer que não vai devolver a chave da minha casa, simplesmente porque não decidiu o que você vai fazer. Leia os meus lábios e repita comigo: VOCÊ NÃO ESTA MAIS EM CONDIÇÕES DE DECIDIR NADA!

É isso, matei você, porque matei tudo que é superficial na minha vida, tudo que é morno, eu fervo, e quero ferver com alguém. Você esta morto, porque agora ou a pessoa vem ferver comigo na banheira, ou se afoga no seu vômito morno. E não, eu não vou te explicar o que isso quer dizer!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Odeio boas recordações!


Porque não conseguimos guardar apenas os maus momentos, porque insistimos nessa coisa ridícula de guardar as boas recordações? Eu odeio ser esse tipo de pessoa, de olhar sempre o que teve de bom em alguma relação, de ficar lembrando que apesar de tudo existiram bons momentos.

Não conseguimos lembrar que nos anulamos em vários momentos, que fomos alguém que não éramos apenas pra agradar, que mudamos de gosto para não divergir, que topamos programas que não nos dava um mínimo de prazer somente porque lembrávamos daquela frase que nossa mãe nos diz “alguém tem que ceder”. Porque temos que lembrar, que mesmo nos anulando vez ou outra era prazeroso, que era bom experimentar coisas novas, que valia a pena topar um programa de índio porque às vezes não era você que cedia.

Porque não guardamos apenas aquelas transas desastrosas, quando ele esquecia de você e se preocupava mais com o prazer próprio, quando ele era rápido demais, ou quando ele era lento demais. Porque não lembramos daquela vez que você queria sexo selvagem e ele te achou uma puta, ou quando você queria aquela coisa “faz amor comigo e diz que me ama” ele queria era te comer e pronto! Eu me odeio por isso, por não conseguir guardar as piores facetas daquele idiota! Porque queremos sempre nos lembrar da transa que foi perfeita, que houve sintonia, ritmo, onde achamos que atingimos o ápice do prazer, quase transcendental! Porque precisamos nos machucar pensando que não vamos sentir prazer de novo daquela forma, porque não encontramos mais ninguém que sabe àquela hora certa, aquele ponto exato de parar e te puxar forte.

Me diz! Me explica porque raios temos que nos apegar a isso, aos bons momentos, seria mais simples se pudéssemos pensar apenas nas merdas que aconteceram, mais simples pra conseguir seguir em frente, pra conseguir pensar que o próximo esse sim terá apenas bons momentos e nada pra tentar esquecer porque será eterno. Porque temos que romantizar tudo? Isso que fode, romantizamos até as nossas lembranças. E pagamos de sofredoras!

Porra! Se lembre apenas que ele é um cafajeste e te traiu, que ele não deu a mínima pros teus sentimentos, e enquanto você esta ai sofrendo pelos bons momentos perdidos, ele esta lá trepando com aquela vagabunda em cima do lençol que você esqueceu na casa dele... E se você tiver sorte dele ainda falar/pensar em você, com certeza deve estar falando de todas as neuras que você tem! Porque temos ficar pensando no momento legal, que você levou aquele lençol pra lá, pra inaugurar a cama recém comprada, e de como vocês treparam em cima dela e depois fizeram amor em cada cômodo daquele maldito apartamento. Porque tem que ficar lembrando que teve momentos que ele ria com ar de bobo e achando lindo todas essas suas neuras.

Seria mais simples se mantivéssemos vivo na memória, apenas todas aquelas vezes que você o achou um babaca incompreensível, que você teve vontade de gritar o quanto ele era idiota. Aquela briga absurda, aonde você com certeza chegou a odiá-lo. Todas as vezes que ele te fez sentir pequena, te fez sentir idiota, que brincou com teus sentimentos, que te usou. Se guardássemos sempre aquele momento que ele te disse coisas que machucaram, e que vocês quis que ele sumisse da sua frente porque teve certeza absoluta que um homem assim não podia ser o homem da sua vida!

Mas não, você tem que guardar ai dentro os momentos que você o achou lindo mesmo como cara de bobo, até porque você amava isso, a cara de bobo dele, que você teve vontade gritar que ele era perfeito. Aqueles momentos de entrega e comunhão sublime. Todas as vezes que ele te fez sentir grande, te fez se sentir especial, que compreendeu teus sentimentos, te fez sentir necessária. Nós guardamos aqueles momentos onde ele disse coisas que te deixaram com cara de idiota apaixonada, e que você quis que ele não sumisse nunca porque você teve certeza absoluta que aquele homem só podia ser o homem da sua vida!

Eu odeio boas recordações, eu odeio com toda a força do meu ser. E odeio mais ainda não conseguir deixar de telas quando me fosse conveniente.

terça-feira, outubro 24, 2006

Quem é você?

Sou a caçula de uma família de (somando todos os casamentos dos meus pais) 12 filhos. Por isso fui muito mimada, e conseqüentemente muito rebelde. Sai de casa aos 14 anos ouvindo aquela frase clássica "se sair não volta mais", sai e voltei, anos depois...

Fiz muitas merdas, usei drogas, sai delas, acho mesmo que sai disso, porque não gosto de nada que me torne dependente, por essas e outras que vivi 8 anos de insônia, porque não aceitava me tornar dependente de remédios pra dormir. E quando a droga começou a ser indispensável, mudei. Nada é mais indispensável pra mim do que eu mesma.

Morei sozinha, mas nunca só, minha casa era um albergue de gente maluca. Tive um câncer de mama aos 18 anos e um filho aos 21, mandei o pai dele a merda, ainda com 3 meses de gravidez. Já desmanchei um casamento faltando 30 dias pro mesmo, pra ir embora pra Curitiba com um cara que conhecia a menos de uma semana. Já tive um apartamento pronto pra dividir com alguém que namorava e fui trocada por outra.

Sempre gostei de dinheiro, mas tirando a minha infância nunca tive muito. Acho que gosto mais de ser do que ter, prova disso é o dito que larguei quase no altar, de família rica aqui de POA, nem pensei duas vezes pra lagar uma futura bela conta bancária, por algo que acreditava me fazer melhor, que me tirava do chão... Gosto de coisas caras, de coisas boas, mas troco tudo se tiver que correr atraz de um amor. Vivo de paixões, cansa, mas prefiro viver de algo que me arrebate a viver de algo que me deixe parada.

Profissão? Cursei tanta coisa e não cursei nada, agora que defini o que quero, falta grana... Quem sabe um dia eu tenho na ponta de língua alguma resposta pra esta pergunta.

Escrevo, não acho que bem, mas escrevo por prazer, pra gozar comigo mesma, pra esvaziar a alma e enche-la novamente... Escrever nos liberta e nos aprisiona, nos da garra e nos coloca pontos que nem sabemos explicar. Nos salva e nos perde...
Gosto de ler, e leio compulsivamente (acho que essa compulsão existe em tudo que gosto), admiro pintura mas, não entendo muito de arte. Música pra mim é vital, pra fazer festa e pra ficar na fossa.

Aos 17 anos tentei me matar, realmente queria isso. Dizia antes disso que não entendia o suicida, foi como se Deus quisesse me mostrar o que passava na cabeça de um. Não morri apenas porque ele não quis. Aprendi a valorizar a vida que tenho.

Da vida, quero apenas felicidade, não eterna, porque nunca o é, a momentânea, aqueles momentos felizes, mas inesquecíveis, ta de bom tamanho. Felicidade plena desejo para meu filho, ele sim, é infinitamente melhor que eu.

Um dia ainda vou viver numa cidade do interior (não sei se pra me salvar ou enlouquecer de vez - já que adoro agito), mas queria aquelas cidades do interior dos filmes americanos... É tem coisas nesses enlatados que eu ainda acho que deve ser realmente prazeroso...

Sou carregada de defeitos, minha impulsividade me fode, a minha falta de papas na língua faz com que eu tenha poucos amigos, mas os que tenho são fieis. E sou fiel tb, movo montanhas por alguém que precise. Mas também tenho algumas qualidades memoráveis, colocando na balança acho que vc pode me amar ou me odiar, dependendo do lado meu que ver...

Meu pai morreu quando tinha dez anos, e demorei 14 anos para perdoa-lo por isso, minha mãe e eu nos agüentamos, mas sei que lá no fundo é amor demais que faz com que sejamos tão difíceis uma com a outra. Relações humanas pra mim sempre são mais complexas do que parecem ser... Sempre a um algo mais, algo que não foi dito, que não foi expresso, que é subjetivo. E eu apesar de gostar da objetividade, sei que sou muito subjetiva...

Quem sou eu? Eu tenho 27 anos, não suporto mais nem ouvir a palavra “balada”, tenho pavor de jovens bobos e perdidos pela noite, estou sem saco para sexo sem amor e estou louca para encontrar alguém que queira construir uma vida comigo, dividir coisas, crescer juntos e... Eu confesso, quero amar e ser amada (e podem abaixar já essas sobrancelhas), todo mundo quer isso, e não é porque me fudi quinhentas vezes que não vou querer mais. Mas confesso que não tenho mais o saco que tinha, pra essa coisa de azaração, de fazer tipo, posar de gatinha... Eu sei, o que eu quero é meio complicado, mas porra eu já tenho 27 anos, me dou o direito de ser complexa, complicada e contraditória.

Eu tenho 27 anos e não tenho quase nada do que achei que teria quando chegasse aos 27 anos, ainda ando a pé, ainda não tenho uma casa minha, ainda não tenho dinheiro pras minhas futilidades (e às vezes nem pra necessidades!), eu ainda ajo como uma criança mimada, eu ainda sou a pessoa mais confusa que conheço... Eu não tenho a família que achei que teria, eu não tenho o emprego que achei que teria. Meu Deus, onde foi parar aquela segurança, aquela maturidade que pensei que encontraria quando tivesse 27 anos? Quantas mentiras nos contaram! Quantas mentiras nos contamos! E o pior, onde foi parar a minha bunda dura dos 18 anos???

Eu tenho 27 anos e tenho coisas que não achei que tivesse quando chegasse aos 27 anos, eu tenho um filho, eu tenho muitas cicatrizes de corpo e de alma, eu tenho uma imaturidade que me irrita, eu tenho em mim uma lacuna que nunca se preenche, eu tenho experiências que algumas pessoas não tem. Eu tenho um senso critíco que me enlouquece... Como fazemos planos! Como achamos que a vida é simples! E sim, eu já tenho até uma bunda mole!

Eu tenho 27 anos e ainda vou me casar, não na igreja, não no papel... Casar de alma com alguém... Sonho, sonho muito, infinitamente mais que meu corpo e minha mente agüentam. Só os sonhos nos libertam. Só os sonhos nos aprisionam. Nem todos são pra ser realizados, alguns apenas pra serem sonhados e quem sabe a gente atinja um terço deles...

Eu tenho 27 anos e ainda tenho sonhos da menina que fui, tenho sonhos de um grande amor, de família de comercial de margarina, de se não conseguir mudar o mundo, mudar ao menos o mundo que gira em torno do meu umbigo.

Eu sei onde quero chegar, só estou ainda procurando o caminho que me fará chegar até lá...

*** Esse texto foi um comentário que fiz no blog da Alê Félix, que perguntou “Quem é você?”, ele foi melhorado, corrigido e virou isso.

segunda-feira, outubro 23, 2006

De caraminholas a bobagens fúteis...



- As minhas andam soltas na cabeça, minhocas novas, porque as antigas morreram de inanição...

- Bernardo me disse que quando crescer vai ser presidente, mas antes vai ser deputado estadual, deputado federal e governador. Me perguntou se podia. Claro que respondi que sim, uma criança é capaz de tudo!

- A fila andou, não uma nova, a mesma, alguns empurrões e parece que ela agora vai (quando der conto melhor essa história pra vocês).

- Pior de tudo é quanto sentimos falta... Ah como nos faz mal isso!

- Ando mais confusa que cego em meio a um tiroteio... E nem tem porque, um dos lados já parou de atirar a muito tempo...

- Preciso tomar uma decisão importante que venho protelando a tempo... Sei o que quero, sei o que devo fazer, mas no momento é financeiramente inviável. Triste isso, depende de grana pro desenvolvimento espiritual...

- Eu comprei uma calça número 40, sabe há quantos anos isso não acontecia?

- Eu quero desesperadamente um gloss que a Tuka falou no blog dela, diz que deixa a gente com um bocão!!!

- Eu queria mesmo era pensar menos, me preocupar menos, e ter infinitamente menos pontos de interrogação...

- O que nos fode é a expectativa que criamos das coisas... A gente sempre a superestima, e depois fica meio sem entender...

- Tem coisas que nem procurando se acha hahahaha (outra piada interna).

- Minha mãe me disse que definitivamente eu não sou filha dela, ela nunca viu ninguém tão propensa a sofrer por nada... Eu sempre desconfie disso!

- Demoro séculos pra decidir o que quero, quando decido já nem tenho mais certeza de que era isso mesmo que eu queria. Ai fico horas pensando se decidi certo... Isso tudo sem, às vezes, ter uma segunda opção...

Oh, e agora, quem poderá me defender?

sexta-feira, outubro 20, 2006

Das Piadas Internas...


Adoro a fila, adoro mesmo, mas o que eu não aceito de novo na minha vida é que a fila empaque...

Ou enrole...

Ou complique...

Pois, é fila empacada, enrolada ou complicada... Não da mais pra mim...

Prefiro mudar de fila, pra ver se anda mais rápido...


Um bom finde pessoas!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Até os 30 eu consigo?

Tem um texto atribuído a Arnaldo Jabor, que circula pela net, onde ele fala as maravilhas de uma mulher de 30 anos (ou mais), ontem recebi esse texto por e-mail, talvez como uma preparação para o que me espera daqui a dois anos, virar uma Balzac...

Eu estava lendo as qualidades que ele atribui a essa faixa etária:

- Uma mulher de 30 nunca o acordará no meio da noite para perguntar: “O que você está pensando?" Ela não se importa com o que você pensa, mas se dispõe de coração se você tiver a intenção de conversar. Eu definitivamente tenho que em dois anos aprender a não me importar com o que os outros pensam, claro que nem hoje sou capaz de acordar alguém no meio da noite pra perguntar o que o dito pensa, mas esperaria impacientemente ao seu lado até o dia raiar...

- Se uma mulher de 30 não quer assistir ao jogo, ela não fica à sua volta resmungando. Ela faz alguma coisa que queira fazer. E, geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Isso eu até consigo já, vou lá fazer alguma coisa interessante e pronto, mas sem antes dar uma reclamada básica pela preferência de se ficar vendo 22 homens correndo atrás de uma coisa rechunchuda.

- Uma mulher de 30 se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Poucas mulheres de 30 se incomodam com o que você pensa dela ou sobre o que ela está fazendo. Eu não me importo hoje com o que pensam sobre o que eu sou ou o que eu faço, mas eu não me importo dos outros pensarem alguma coisa. O buraco fica mais embaixo quando o outro em questão é a pessoa que eu estou...

- Mulheres dos 30 são honradas. Elas raramente brigam aos gritos com você durante a ópera ou no meio de um restaurante caro. É claro, que se você merecer, elas não hesitarão em atirar em você, mas só se ainda sim elas acharem que poderão se safar impunes. Humm admito não brigar aos gritos, talvez seja alguma coisa que eu não aprenda nem aos 50 anos. Meu jeito impulsivo, explosivo, juntado com minha origem italiana, quase impossível de se manter uma discussão aos sussurros...

- Uma mulher de 30 tem total confiança em si para apresentar-te para suas melhores amigas. Uma mulher mais nova com um homem tende a ignorar mesmo sua melhor amiga porque ela não confia no cara com outra mulher. E falo por experiência própria. Não se fica com quem não se confia, vivendo e aprendendo né??? Ok, ok, eu até apresento minhas amigas sem neuras, mas cá esta uma pessoa com insegurança nata...

- Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem. Você nunca precisa confessar seus pecados para uma mulher de 30. Elas sempre sabem. Mas mesmo assim eu vou querer ouvir da sua boca!

- Uma mulher com mais de 30 fica linda usando batom vermelho. O mesmo não ocorre com mulheres mais jovens. Eu não fico bem de batom vermelho e acho que nunca ficarei, sou branca de mais, então aquele bico escarlate berrando na minha boca quase me transforma em uma potencial palhaça.

- Mulheres mais velhas são diretas e honestas. Elas te dirão na cara se você for um idiota, se você estiver agindo como um! OPA! Essa eu não preciso aprender! Sei desde que me conheço por gente!

- Você nunca precisa se preocupar onde você se encaixa na vida dela. Basta agir como homem, e o resto deixe que ela faça. Mais uma riscada da lisinha “o quer aprender até os 30 anos”, acho que nisso eu mando bem...

Mas e agora, os outros tantos, será que em dois anos dá pra aprender?

quarta-feira, outubro 18, 2006

Das coisinhas (f)úteis da minha vida...

- Eu já não pareço mais uma vaca... To mais pra bezerrinha... Já se foram 16Kg... Agora posso arriscar comer um sorvete rs

- Ontem, deixei cair uma porta de armário em cima do meu pé. Ou melhor, do meu pé que tem os dedos meio tortos (pq quebrei ano passado e nunca mais voltaram ao lugar), e agora eles além de tortos estão completamente inchados... Fazendo frio e eu de chinelinho...

- Pois é, ontem, pessoa que nem me conhece direito, mas conhece a alma humana como ninguém, me falou muitas verdades... Isso pesa, isso conta e isso deixa as minhas minhocas trabalhando desesperadamente... Deixaremos então os pássaros livres...

- Eu preciso urgentemente de uma forma de ganhar mais dinheiro... É sério!

- Bernardo esta impossível, a idade, que acha que já é dono do próprio nariz, o signo que não bate com o meu (ele é leão) e dois bicudos não se beijam, a personalidade birrenta... Nem cortar o vídeo game tem adiantado...

- “....Conquistei meu equilíbrio cortejando a insanidade...”, musiquinha que não tem saído da cabeça, quem sabe vira post?

- Paciência, vocês sabem onde eu compro por ai? É triste quando nos pedem o que não temos...

- Eu preciso ler, desesperadamente ler, algo novo, já reli todos os livros que tenho, já li todos os e-books que me mandaram... Acabou tudo, to quase apelando para bula de remédio... Preciso de uma leitura que me faça pensar, onde eu me perca e me encontre muitas vezes...

- Desejo irresistível de ser irresistivelmente desejada...

- Sabe é estranho, uma coisa que antes nos era por demais importante, que nos parecia vital... Passado um tempo à gente percebe que o buraco era mais embaixo, bem mais embaixo, e vê que de importante só nos mesmos... A vida nos surpreende, e percebemos que era apenas orgulho ferido...

- To querendo paz, somente paz. Cortando da minha vida: coisas complicadas, pessoas complicadas...

- Não faço mais o que não quero! A vida é curta de mais para que eu perca tempo agradando os outros...

terça-feira, outubro 17, 2006

Seja um idiota!


A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos. Por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?

Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Hahahahahahahahaha!

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

Autoria: Ailin Aleixo

Pois é gente, eu to querendo realmente ser uma idiota!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Explicando a Explicação...

- Não, eu não estava falando do meu ex...
- Sim, nem eu me entendo às vezes...
- Sim, eu tenho uma capacidade absurda de complicar a minha vida.
- Sim, eu ainda sou daquele tipo de pessoa que acredita nas coisas que me falam...
- Sim, eu também sou daquele tipo de pessoa que acha lindo alguns gestos bobos...
- Não, nem todas as pessoas que fazem lindos gestos bobos e nos falam coisas estão sendo sinceras...
- Sim, eu sou ingênua nesses momentos...
- Sim, eu também sei que talvez, eu disse, talvez, os outros 71 números sejam importantes, mas eles sinceramente não me tiram o sono;
- Sim, eu também ainda sou daquele tipo de pessoa que vai falar tudo na sua cara.
- Sim, eu não deixo histórias inacabadas, sejam elas de uma noite ou de 10 anos.
- Sim, quando eu tenho uma idéia na cabeça, fico remoendo, remoendo...
- Sim, eu tento arrumar explicação pra explicações que não dependem de mim...
- Não, eu geralmente não acredito nessas explicações criadas por mim, lá no fundo eu não acredito.
- Sim, eu ainda acho que vou continuar tentando entender as coisas.
- Sim, eu dou a minha cara a tapa, e às vezes, ainda dou a outra face.
- Não, não é masoquismo;
- Sim, é acreditar que não existe o impossível.
- Ah, e sim, eu sou uma idiota!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Reflexos de um músculo involuntário...


Sou oito ou oitenta. Os outros 71 não me interessam. Sou dos extremos, das sensações desconcertantes, de euforia ou depressão, não sou de estar mais ou menos. A minha vida nunca “vai indo”, ou vai ou não vai. Sinto tudo grande, alegria, amor, tristeza, vontade, desejo, dor... Por isso mesmo não sei ser indiferente a nada, não consigo ser indiferente as pessoas. E como algo que não sei fazer, também não sei lidar. Ame-me, ou me odeie, você tem toda liberdade disso. Xingue-me ou me diga palavras de amor, posso até não gostar de ser xingada, mas lido muito melhor com isso. Não sei lidar com pessoas indiferentes, não sei, assumo. Eu mesma queria ser assim, queria ligar o foda-se, mas eu não sou...

Sensações, boas ou ruins, borbulham dentro de mim, e entram em erupção. Eu preciso disso, eu preciso falar pra você o que sinto, o que não sinto, o que quero o que não quero. E acho que todo mundo deveria ser assim. Acho isso por egoísmo, é verdade. Porque preciso saber o que passa dentro da sua cabeça, o que acontece...

Porque eu não consigo entender como ontem falavas em coisas que me faziam sonhar e hoje simplesmente me ignora. EU NÃO SEI LIDAR COM ISSO OK? Não sou perfeita, ninguém o é. Sou cheia de imperfeições, como qualquer outra pessoa. E quando vejo alguém ser indiferente comigo, eu surto, saio da casa, enlouqueço, perco a cabeça. Faço merda. Muitas talvez. Mas prefiro fazer merda a ter aquele ar blasé de “isso não me abate”, porque me abate. Porque preciso das coisas ditas, das verdades expressas, das coisas claras, das virgulas e pontos em seu lugar.

Indiferença é algo que me consome, mesmo sabendo que esse é o objetivo de alguém que me ignore, que eu me consuma aos poucos, eu não sei apenas me afastar do pensamento. Minha cabeça dá voltas e voltas, levanta suposições, cria enredos, tenta entender, encontrar o erro, a explicação.

E isso assusta, aos outros e a mim mesma, assusta muito, porque eu queria ser indiferente a tudo isso, mas por natureza não sou, e assumo as minhas fraquezas, não tenho vergonha disso. Sou fraca. Por trás dessa carranca de “nada me abate” eu sou fraca, sou carente. Sou de explicar a explicação...

O coração anda apertado, porque quando ele achou que “agora vai”, “agora estou pronto pra tudo de novo”, se enganou, se iludiu, ele não estava preparado pra indiferença... E eu acho que nunca vai estar...

quarta-feira, outubro 11, 2006

" Tudo de bom que você me faz / Faz minha rima ficar mais rara / O que você faz me ajuda a cantar / Põe um sorriso na minha cara..."

Saltar! Fechar os olhos... Sentir as borboletas... É borboletas andam a me rondar... Quem diria? Nem eu me atreveria a dizer... Minha amante Esperança em plena juventude tentou se matar. Despertando no hospital deparou com uma enfermeira que a interpelou: Mas por quê, por quê? Ela respondeu, sucinta, lúcida, plena de sua própria dor: Sem esperança. Todos conhecemos esses dias sem horizonte à vista. A experiência nos ensina que eles passam, a não ser que estejamos doentes ou sejamos ferrenhos pessimistas por natureza ou formação. Ser mais ou menos otimista depende de criação, ambiente familiar, disposição genética (ah, a genética da alma...), situações do momento. Claro que ter confiança quando se está contente é fácil. Mas não somos só nossa circunstância, somos também nossa essência. Não nos salva o enquadramento medíocre e burocrático das almas documentais, mas o vasculhar corajoso dentro de si para encontrar o material essencial, e abraçado a ele saltar, às vezes até mesmo sem rede nem garantia. E porque não saltar? E porque não arriscar?

Foram-se os amores que tive ou que me tiveram: partiram num cortejo silencioso e iluminado. O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte nem desistir da vida: cultivo alegrias num jardim onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos. E a esperança – que rebrilha como pedrinhas de cor entre as raízes. Constituir um ser humano, um nós, é trabalho que não dá férias nem concede descanso: haverá paredes frágeis, cálculos malfeitos, rachaduras. Quem sabe um pedaço acaba por desabar. Mas se abrirão também janelas para a paisagem e varandas para o sol. O que se produzir - casa habitável ou ruína estéril - será a soma do que pensaram e pensamos de nós, do quanto nos amaram e nos amamos, do que nos fizeram pensar que valemos e do que fizemos para confirmar ou mudar isso, esse selo, sinete, essa marca. Porém isso ainda seria simples demais: nessa argamassa misturam-se boa-vontade e equívocos, sedução e celebração, palavras amorosas e convites recusados. Participamos de uma singular dança de máscaras sobrepostas, atrás das quais somos o objeto de nossa própria inquietação. Nem inteiramente vítimas nem totalmente senhores, cada momento de cada dia um desafio. Essa ambigüidade nos dilacera e nos alimenta. Nos faz humanos. Penso que no curso de nossa existência precisamos aprender essa desacreditada coisa chamada "ser feliz". (Vejo sobrancelhas arqueando-se ironicamente diante dessa minha romântica afirmação). Cada um em seu caminho e com suas singularidades.

Na arte como nas relações humanas, que incluem os diversos laços amorosos, nadamos contra a correnteza. Tentamos o impossível: a fusão total não existe, o partilhamento completo é inexeqüível. O essencial nem pode ser compartilhado: é descoberta e susto, glória ou danação de cada um -solitariamente. Porém numa conversa ou num silêncio, num olhar, num gesto de amor como numa obra de arte, pode-se abrir uma fresta. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se a cada momento. Arte e artifício, exercício e invenção no espelho posto à nossa frente ao nascermos. Algumas visões serão miragens: ilhas de algas flutuantes que nos farão afundar. Outras pendem em galhos altos demais para a nossa tímida esperança. Outras ainda rebrilham, mas a gente não percebe - ou não acredita. A vida não está aí apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Não é preciso realizar nada de espetacular. Mas que o mínimo seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmo.

terça-feira, outubro 10, 2006

Pra o bom entendedor uma palavra é texto...

" Que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"
(Vinicíus de Moraes)



Pois é pessoas, foi isso. Mas tudo passa...

Quando Deus fecha algumas portas, nos resta arrombar as janelas....

Beijos

segunda-feira, outubro 09, 2006

Clap Clap Clap...

- Primeiro de tudo uma salva de palmas para Tuka, que pra alegrar a pessoa aqui, teve a idéia de um template, um blog, novinho em folha... Não tenho nem palavras pra dizer como essa pessoa foi importante nos meus momentos de crise. De como uma ligação, contando sua própria experiência me fez bem, de como me deixar falar, falar, falar as mesmas abobrinhas até a exaustão me vez esvaziar e me sentir mais leve. Tuka, não tenho palavras pra agradeçer e vc sabe disso! CLAP CLAP CLAP...

- Eu ainda tenho um ano e meio de arquivos pra transferir pra cá, mas com calma e tempo vai tudo ficando arrumado.

- Tenho novidades, e volto pra explicar o porque de toda a crise (ou talvez não explique nada), vai depender do humor. Por enquanto vão me dizendo o que acharam da casa nova, que logo logo, termino de arrumar isso tudo.

Beijos Pessoas!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Então ela voltou

Com tudo, sem pedir licença, sem perguntar se eu a queria novamente na minha vida. Entrou como um furacão, pra me fazer enfiar o dedo na ferida, ver o que nem esta cicatrizado sangrar. Fez-me perder-me em devaneios, ficar contando as horas, os minutos... Entrar num ciclo de pensamentos, e quando esses se acabam, entrar na onda da imaginação, as piores imaginações que alguém poderia ter. Virei zumbi, vagando pela casa escura, a mal dizer a infeliz que voltou sem ao menos um aviso prévio. Quando o que mais queria era dormir, ela volta, como pra me dizer que paz é algo distante para mim no momento. A insônia, aquele fantasma que me acompanhou por vários anos, esta aqui ao meu lado novamente. Como seu já não tivesse fantasmas suficientes a me perturbar! Como se minha mente já não fosse o bastante pra criar cenas a me torturar... Cada vez Murphy me parece mais presente: "Quando algo puder dar errado, vai dar e da pior forma possível". E da, tenha certeza que tem horas que todo universo conspira contra você. E as palavras de consolo me parecem tão distantes, tão vagas, tão sem sentido e sentimento... Sei que não é verdade, mas às vezes me parecem apenas palavras. E eu fico aqui novamente, retornando a um ciclo que conheço bem, noites em claro a procurar o que eu mesma nem sei como perdi.