quarta-feira, agosto 20, 2008

O romance de Cusmópolis - O cobrador e a mocinha


Chove aqui a infinitos dias, o que era um cu anda um cu embarrado, mas há amor mesmo num mar de lamas. Eu vi esse amor desabrochar, sendo sacudida como melancia em um caminhão de cargas! Mas eu estava lá para testemunhar o nascimento do mais puro amor entre cuzences... Cobrador do ônibus com cara de ator latino de 5ª e mocinha com cara de sonsa mesmo. No inicio, era só um “boa tarde”, e uma olhadela de canto de olho. Passando uns dias, ela já se atrevia a sentar (quando tinha lugar! Lembrem é do cu do cu do mundo que estamos falando) no banco próximo a ele. Começaram a trocar algumas palavras e em semana ela já ia em pé encostada no vidro como sua assistente na distribuição de papeizinhos coloridos super-mega-ultra importantes para sua coleção de papeizinhos coloridos! Cabe contar que nesse período houve uma visível transformação nas roupas da mocinha, passando cada dia a usar mais base, batom e perfume! E os olhares? As risadas? Ai era lindo de se ver! Cobrador dava de “eu sou o bom, sou o bom, sou o bom” e consigo fazer continha de cabeça para dar o troco e mocinha com cara de sonsa suspirava e suspirava... Eu já estava quase interferindo e promovendo essa paixão, porque já estava ficando monótono ver todo dia as mesmas risadas e as mesmas caretas... Até que semana passada finalmente a coragem tomou conta do nosso amigo cobrador e toma a iniciativa:

- Você gosta de churrascaria?
- Gosto sim! (nessa hora ela gostaria até de prego frito)
- Ah vou ver o dia certo do meu pagmento ai a gente vai comer uma carne...


E eu? Desatei a rir descontroladamente dentro do ônibus enquanto era sacudida como melancia em caminhão de cargas. É o amor é lindo, mesmo no meio de espetos de carne no dia do nosso pagamento!

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