quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Pra você...



Essa coisa de escrever da gente, sobre nós, me trouxe preocupações. Já temos um nós? Em que momento o “eu e tu” se perde em palavras, sentimentos e sensação, em que momento passamos a conjugar juntos, a pensar juntos, a querer juntos? Não sei. Talvez venha, a saber, com você, talvez não. Mas sei que você foi com uma brisa leve, bem lá dentro. Aquele frio no coração. Não na barriga, coração, bem mais intenso.

Loucura acreditar nisso? Meu lado racional grita desesperadamente dentro de mim pra sair correndo agora daqui. Mas aquele lado que passou tempo adormecido sussurra que devo ficar, que devo ir, um sussurro tão baixo, tão baixo... Mas que eu me esforço pra ouvir. Porque no fundo eu quero. Cedo demais? Arriscado? Mas você sabe, é oito ou oitenta. Eu sei o que quero de você. O que quero com você.

Eu quero ser feliz. Você, como eu, sabe que, por melhores que sejamos, conseguimos boas doses de felicidade nessa vida quando estamos tentando dividir o melhor de nós com alguém. E deve saber também que poucas coisas na vida podem nos fazer sentir mais seguros do que achar alguém que conheça os nossos defeitos e nos ajude a usá-los a nosso favor; alguém que tenha paciência com os nossos maus dias; alguém que goste de viver e nos dê alegria; alguém que saiba reparar em nós o que ninguém mais vê; e alguém que nos faça morrer de desejo. É isso que eu quero de você. Que você me olhe, por todos os ângulos, em todas as curvas, em todas as poses. E em troca, eu olho pra você. E, quem sabe, nos olhando, possamos nos encantar... Até nos apaixonar.


E o que eu quero de você é que você se esforce para ser uma pessoa por quem eu possa me apaixonar e reapaixonar todos os dias; que você faça algo diferente que acenda mil vezes essa faísca; que você mostre pra mim algo que eu possa ver e admirar, mesmo que não seja algo que eu goste. E em troca, eu posso me esforçar também para ser alguém melhor e assim voltar a fazer você se apaixonar por mim. E, quem sabe, apaixonados, possamos seguir em frente.

Talvez eu seja chata e geniosa em alguns momentos. Em outros, posso falar demais. Em outros, posso não corresponder ao que você espera de mim. Em outros, posso parecer apática e triste. Posso precisar demais de você quando você não precisa de mim. Posso não querer fazer coisas que você quer que eu faça, ou querer de você coisas que você não quer fazer. Posso te deixar enciumado, posso te fazer sentir pequeno, posso te magoar. Posso ter sombras no olhar que você não entenda, posso querer voar quando você me quer no chão ao seu lado. Posso ter muito medo de algumas coisas, medos que eu não consiga superar. Posso esperar demais de você, atrasar, xingar, chorar. Posso não conseguir sorrir quando você precisar dessa luz. Tudo isso e muito mais pode acontecer. E nessas horas, o que eu quero é que você lembre que sou humana, e que estou tentando. E em troca, posso tentar te compreender sempre que você precisar, mesmo quando isso signifique eu esquecer de mim um pouquinho (só um pouquinho hahaha!). E quem sabe nos entendendo, cheguemos a nos amar.

E o que eu quero é que você mergulhe fundo em mim, que me conheça por inteiro, que me descubra, que me redescubra. Quero que me deixe mergulhar em você, ate o lugar mais fundo, o lugar inexplorado. Descobrir coisas suas, que ninguém chegou nem perto.

Quero que perceba que, às vezes, a minha carranca é proteção, minha extroverção (essa palavra existe???) é timidez, meu desdém é admiração, minha ausência manifesta saudade, meu pranto é alegria, minha alegria é fingimento, minha antipatia é precaução, minha verborragia é insegurança, meu silêncio é tristeza, meu isolamento é reflexão, minha falta de tempo é válvula de escape, minhas farras são apenas necessidade de afirmação, minha vaidade é baixa-estima, meus “enfins” são só “poréns”, meus pontos finais são apenas vírgulas, meus “nãos” são “sins”... Ou não! Talvez não seja nada disso! Quero alguém que entenda toda a antítese que eu sou, toda a confusão, a bagunça que há em mim e ainda assim me ame!


Quero um amor, maior que eu. Daqueles amores que marcam a pessoa, daqueles que não se esquece. Daqueles que entram pra história, mais forte que minhas manias, minhas filosofias, minhas cicatrizes. Um amor assim, pra ser forte, pra durar bastante, tem que morrer e renascer várias vezes. Precoce de mais falar isso tudo? Talvez. Mas antes de sair correndo, sem olhar pra trás, lembre-se que a idéia foi sua, aceite o risco. Eu levo a água e o açúcar.



“Na bruma leve das paixões que vêm de dentro,tu vens chegando pra brincar no meu quintal.No teu cavalo, peito nu, cabelo ao ventoe o sol quarando nossas roupas no varal.Tu vens... tu vens...Eu já escuto teus sinais.A voz de um anjo sussurrou no meu ouvido,E eu não discuto já escuto teus sinais,Que tu virias numa manhã de domingoE eu te anuncio nos sinos das catedrais...”

Um comentário:

Jade disse...

Amor é bom quando sacode mesmo a gente toda e depois deixa fraca...
Que seus quereres passem a fazer parte da sua realidade!!
Beijos!!