Eu sempre te tive tão meu, tão certa de tudo, de todos, dos atos e conseqüências... E já te senti tão perto, tão dentro, tão presente... Que hoje eu me assunto com a distância, com a ausência, não física, que hoje te sinto tão fora de mim. As palavras tornaram-se mecânicas, os sonhos em descompassos, os desejos talvez não estejam mais no mesmo ritmo, o meu está mais forte. Eu fico procurando o divisor de águas... Quando foi que nos distanciamos? Quando foi que nossas metas mudaram? As coisas físicas ainda estão aqui, sendo construídas, arrumadas, num faz de conta infindável e inexplicável, como se não tivéssemos mudado, como se não houvesse esse descompasso, como se tivéssemos medo das palavras que precisam ser ditas... Porque precisa existir palavras a serem ditas. Não é possível que continuemos com essa "normalidade" sufocante, essa casca, que a cada dia me parece mais fina, mais frágil, mais a ponto de ruir. Esse seu comodismo me enlouquece, esse teu jeito de fingir que nada acontece para ver se as coisas se resolvem, me parece, que apenas piora tudo... Esse meu jeito de querer resolver as coisas, de precisar vomitar as palavras sem virgulas, sem espaços, apenas numa verborragia desenfreada... talvez isso também piore tudo... Não sei se existe mais jeito, não sei se estou sendo dramática de mais e vendo tudo com lente de aumento, não sei se és tão relapso, mas sei, que esse jogo de faz de contas, de vida colorida, pintada com tinha que não irá agüentar nem a primeira chuva, de construir algo que nem sabemos se tem um bom alicerce, esse fingir de bases sólidas, esse calar de coisas que estão precisando ser ditas, esta me fazendo perder completamente a vontade de voltar a achar o rumo...
E quando eu perco a vontade... Não tem o que conserte...
Nem sempre as coisas aqui são engraçadas...
Beijos pessoas!
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