sexta-feira, janeiro 14, 2005

O Bar

Existe um bar em Porto Alegre chamado Bar do Beto, bem conhecido e bem movimentado, e por mim não freqüentado há muitos anos. Eu gosto do lugar, mas sabem aquele lugar que imediatamente te remetem a uma época da tua vida, a uma pessoa específica e só por passar na frente já nos faz lembrar dos momentos que ali vivemos. Claro que não estou falando de uma pessoa qualquer (porque sempre teremos lugares que nos trarão lembranças de várias pessoas), é de uma pessoa muito forte na minha vida, alguém que por muitos anos ficou dentro de mim, que mesmo me envolvendo com outras pessoas era quem eu esperava... (opa...opa... o assunto aqui nem é esse, voltando pra terra)
Bem voltando ao assunto, quando meu relacionamento com essa pessoa acabou, eu prometi a mim mesma que não entraria mais nesse Bar, não era algo que me machucava, mas era algo que me dava saudades. Estive várias vezes na frente do Bar com amigos e fazia todo mundo trocar de lugar... Simplesmente não conseguia.
Ontem à noite eu tava quieta na minha casa, uns amigos me ligam convidando pra sair, tomar um chop. Perguntei aonde íamos e pra minha surpresa um deles respondeu: "Curar você!" Quando paramos na frente do Bar do Beto eu imediatamente disse que estavam loucos (não iam me fazer pagar mais um mico na frente do bar), que não conseguia, que aquilo era estupidez, que eles estavam chapados se acham que eu iria entrar ali, que simplesmente não dava... " Jana, é hoje, vou vai ou racha"
Não teve negociação, disseram que era o Dia B, que se não fosse naquele momento eu nunca mais teria controle sobre minha vida, que já tinham se passado muitos anos e que eu tinha que enfrentar isso .... (No fundo desconfio que simplesmente queriam liberar mais um lugar pra podermos tomar umas cevas..). Os homens me desafiavam, e as gurias me incentivavam.. E lá fui eu. Na frente do Bar, o cara abre a porta, me deseja uma boa noite (Espero mesmo que seja uma boa noite)... E eu entro de pé direito...(Que que eu to fazendo????)
Foi muito estranho, dizem que quando estamos morrendo um filme passa na nossa cabeça... Eu achei que ia morrer, pois vi o filme com trilha sonora e tudo... Lembrei-me de cada detalhe... De palavras trocadas... Eu estava lá dentro e não acreditava... Não posso dizer que não me senti estranha... Mas eu estava lá... Só não tive coragem de sentar no mezanino.. Isso ainda era de mais pra mim...

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