segunda-feira, agosto 14, 2006

Que se dane a perfeição, porque ela não tem a menor graça! Não tem graça quando é assim: por demais óbvia, por demais lógica, por demais... A perfeição é isso mesmo: rotineira, monótona, sem surpresas, sem emoção. Diante dessa conclusão, resolvi a anos, algo para a vida toda: Vou correr léguas dos príncipes encantados. Nunca quis o homem que a minha mãe sonhou. Nunca quis o genro-filho-marido perfeito. Nunca quis uma vida perfeita, numa casa perfeita, com filhos perfeitos, em dias perfeitos... Detesto o Sandy's way of life! Nada nem ninguém são perfeitos. Somos todos falíveis e errantes e é neste ponto que está toda a beleza da vida. É justamente no que há de defeito em nós, que estão nossos maiores encantos. Somos o que somos. Sempre quis um ser humano ao meu lado. Alguém com dúvidas, questionamentos, problemas, erros, confusões, mudanças de humor, altos e baixos. Sempre quis simplesmente alguém sem maiores qualificativos. Tenho alguém que me escuta e rebate (raramente, mas quando abre a boca é destruidor). Tenho alguém que sabe dizer quando estou errada. Alguém que brigua comigo quando é preciso e que me ofereçe ombros largos e carinho para suportar meu pranto. Tenho alguém opinioso, impulsivo, amigo, generoso... Mas que, ao mesmo tempo, é educado (como eu), sem tempo (como eu), cabeça dura (como eu), imprevisível (como eu), chato (como eu)... Tenho alguém que entende que pouco importa o que aquelas pessoas que não têm influência nenhuma na nossa vida pensam da gente, pouco importa o que elas acham-falem-comentem-espalhem. Pouco importa quanto dinheiro se têm. Pouco importa o que já passou, pelo simples fato de já ter passado. Tenho mesmo alguém que percebe que, às vezes, a minha carranca é proteção, minha extroverção (essa palavra existe???) é timidez, meu sorriso é uma máscara, meu desdém é admiração, minha ausência é manifesta saudade, meu pranto é alegria, minha alegria é fingimento, minha antipatia é precaução, minha verborragia é insegurança, meu silêncio é tristeza, meu isolamento é reflexão, minha falta de tempo é válvula de escape, minhas farras são apenas necessidade de afirmação, minha vaidade é baixa-estima, meus "enfins" são só "poréns", meus pontos finais são apenas vírgulas, meus "nãos" são "sins"... Ou não! Talvez não seja nada disso! Tenho alguém que entende toda a antítese que eu sou, toda a confusão, a bagunça que há em mim e ainda assim gosta de mim. Já bati a cabeça na parede tantas vezes mesmo! Que arriscar me parece sempre a melhor saída. Enquanto não estivermos perdendo tempo e oportunidades, sempre vale a pena, mesmo que eu ainda não saiba se é ou não A pessoa. Sou assim: só aprendo no erro. Sigo errando, sigo sem saber o que virá...


"Na bruma leve das paixões que vêm de dentro, tu vens chegando pra brincar no meu quintal. No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento e o sol quarando nossas roupas no varal. Tu vens... tu vens.... Eu já escuto teus sinais. A voz de um anjo sussurrou no meu ouvido, E eu não discuto já escuto teus sinais, Que tu virias numa manhã de domingo E eu te anuncio nos sinos das catedrais..."

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