terça-feira, maio 23, 2006

Não me rotule... Sou incomum

Recebi um email ontem de uma moça que diz ler meu blog com certa regularidade, e se mostrou chocada, pois estaria eu fazendo apologia às drogas. Eu? Quem sou eu pra dizer, use ou não use determinada coisa! Não faço apologia a nada! Ou melhor, apenas a cada um de nós ser o que realmente é, e dessa forma tentar ser feliz.
Eu não faço apologia às drogas. Mas eu não posso riscá-las da minha vida, essa foi e será sempre minha vida. Eu fumei maconha (e até dou uns pegas vez ou outra ainda), eu cheirei lança-perfume, eu cheirei cocaína (e sinceramente não acho nada de mais quem vez ou outra pega umas gramas pra se divertir em casa). Me orgulho disso?! Não, talvez não, mas esse foi o meu passado e não tenho como mudar.

Ninguém me vê aqui dizendo, "use drogas, é legal", "eu uso drogas e acho divertido". Não sou nenhuma formadora de opiniões e ninguém aqui é maria-vai-com-as-outras, eu não faço pq vc faz e vc não vai fazer só pq eu faço! Não me dê bandeiras que não vou carregar, não me rotule sem me conhecer, pois vc me conhecendo, verá que sou impossível de rotular. Não condeno, nem absolvo as pessoas, cada um sabe o que lhe convém e o que lhe serve, não interferindo na vida de ninguém, não ferindo alguém, vc nunca me verá dizer que esta errado. Eu fiz da minha vida o que achei que fosse certo, errando ou acertando, eu decidi meus passos, ninguém me obrigou a usar nada do que usei, usei pq quis e assumi todas as conseqüências que isso possa ter me trazido.

Somos livres até o ponto que nossa liberdade invada a liberdade de alguém, e acho que a minha não invade a de ninguém. Aqui não incentivo ninguém a usar coisa alguma, apenas falo da minha vida, e não acho que minhas experiências fariam alguém fumar maconha, ou cheirar cocaína, ou tentar se matar (pq sim, eu tb já tentei isso!).

E respondendo a sua pergunta, seria utopia minha querer proteger meu filho disso, criar uma redoma em volta dele em vez de protegê-lo tornaria-o despreparado para mundo. Afinal nossos filhos são do mundo! E seria burrice minha pensar que ele um dia não venha a ter contatos com drogas. Minha vantagem é que sei na prática de todos prós e contras disso, mas ninguém precisa saber, uma boa educação, instrução e principalmente espaço pra que ele possa se abrir é suficiente. E ele terá tudo isso, educação, instrução e espaço. Espaço pra mesmo conhecendo tudo a respeito, pra mesmo sabendo os prós e contras, querer experimentar. Se eu quero isso? Claro que não, por minha vontade ele nunca teria essa curiosidade, mas não é assim que acontece. E sinceramente se ele um dia tiver vontade de fumar um baseado, eu mesma fecharei um com ele, fumaremos juntos, dentro de casa, sentados na sala. Melhor assim, sob meus olhos e com total abertura, do que e ruas escuras com pessoas que ele mal conheça, como foi meu caso. Não fazendo terrorismo contra drogas a ele, e sim, de uma maneira real e direta, com verdade. Acho que assim o protejo mais. Quem sabe não falta um pouco disso a você e a todos os pais de meninos e meninas que se perdem nesse caminho? Antes de serem pais, sejam amigos, e amigos servem para fumar um back de vez enquando.

Beijos pessoas.

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