segunda-feira, maio 15, 2006

Da série: Os homens da minha vida...

Ricardo

Foi meu primeiro namorado de verdade. Passava pro problemas pessoais bem sérios, fazia menos de um ano que tinha perdido meu pai, nosso nível financeiro havia caído bastante e tive que sair de um colégio de freiras para um colégio estadual que eu odiava. Estava na sexta série e tinha começado meu processo de rebeldia "eu sou uma incompreendida e vou chocar todo mundo", tudo aparência, no fundo era uma menina acuada. Ele tb estava na sexta série, mas em outra sala, até o dia em que uma amiga fez todo o rebu que fez eu nunca tinha notado que ele existia
Nesse dia essa amiga da sala dele interrompeu a aula de Português que tinha após o intervalo, pedindo pra falar comigo, o professor que ia com a minha cara me liberou, sai da sala com cara de quem não esta entendendo nada, e ela disse que o Ricardo da sala dela tava afim de mim e queria levar um papo. Eu simplesmente fiz cara de paisagem, disse que não sabia quem era o guri e que se ele queria falar comigo que viesse falar e não mandar pombo correio... Aproveitei que tava fora da aula e fui no banheiro, quando sai do banheiro dei de cara com um guri de cabelos cacheados, olhos puxadinhos que sorriam (até hj amo olhos puxados), trancando a passagem, pedi licença e ele disse que estava ali pra falar comigo já que eu não gostava de pombos...
Confesso que achei ele charmozinho, sorriso safado e olhos pequenos me chamaram a atenção. Com cara de desdém disse que estava em aula que no fim da aula falávamos... No final da manhã ele estava me esperando na porta da sala, saímos da escola conversando e ele me convidou pra ir na casa dele a tarde, fiquei pasma quando ele me disse onde morava, era na mesma rua que eu! Como eu nunca tinha notado essa criatura que morava na mesma rua, com 2 quadras de diferença e estudava naquele cu de escola comigo. Meio da tarde apareci lá na frente da casa dele, ele desceu e ficamos conversando nos degraus que davam pro prédio dele, o pai dele era engenheiro e tinha construído o prédio que tinha o nome do irmão. O tempo passou rápido, ele me fazia rir muito (adoro homens que me faça rir) e quando estava vindo embora ele perguntou se queria namorar com ele (Sim! Naquele tempo ainda perguntavam!), eu disse que tinha que pensar, toda fazendo charme, mas na verdade eu tinha que perguntar pra minha mãe se ela deixava (hahahhahahaha).
No jantar cheia de onda perguntei pra mãe se ela deixava eu namorar, pq tinham me pedido em namoro, ela perguntou todas as referências e deixou... No outro dia, na hora do intervalo, ele veio falar comigo, disse que aceitava e fomos ficar juntos atrás do ginásio. Fomos o burburinho daquele cu de escola naquele dia! Voltando do intervalo a mesma amiga que tinha servido de cupido fechou a porta da minha sala na cara do professor pra que pudéssemos nos despedir, virei zoeira na hora.
Nas primeiras semanas, conheci a família dele, fui a um casamento da prima, ele viajou comigo pra fazenda (foi o único namorado que já levei lá). Era o típico relacionamento de adolescentes, vivíamos socados um na casa do outro, passávamos o tempo todo juntos na escola, eu acabava fazendo todos os trabalhos dele, e era recheados de brigas, de tempos, de idas e voltas. Numa dessas brigas ele ficou com uma loira aguada da sala dele, quase surtei quando vi ele com ela sentados na frente do prédio... Virou minha inimiga número um.
Foi a primeira vez que sofri por alguém, eu realmente gostava dele, chorei noites inteiras, fiquei apática e o rolo dele com a loira terminou, voltamos e ficamos bem, mas eu sempre com o fantasma da infeliz.
Sim, se vocês querem saber, foi com ele que deixei rolar a mão boba, nos arretávamos mas nunca passou disso, eu tinha só 12 anos né!! E foi com ele que tive meu primeiro arreto-orgasmo...
Depois que voltamos, depois de mais umas idas e vindas, acabamos de vez. Ou melhor ele me chutou, apenas terminou, sem maiores explicações, sem maiores esclarecimentos... Ele foi jogar bola e eu fui me trancar no quarto e chorar...
Foi a primeira de muitas vezes que achei que ele era o único homem da minha vida (bem coisa de adolescente)... Continuamos estudando na mesma escola e por muito tempo eu gostei dele, gostava tanto que quando eu soube que ele tava namorando de novo(a loira aguada da sala dele), sai da aula ao prantos... Passava na casa dele infinitas vezes, era algo meio masoquista, de ficar procurando pra sofrer mais.
Nunca mais nos falamos, apesar de nos cruzarmos sempre...
Quando estava no segundo grau, vi ele passando por mim, rolou apenas um oi, mas aqueles olhos puxados ainda sorriam...
Depois disso nunca mais....
Beijos pessoas.
Uma boa semana pra vocês!

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