Quando reencontramos alguém do nosso passado, por alguns minutos parece que aquele tempo está de volta, que a pessoa é exatamente a mesma que deixamos lá, e que nossas vidas podem continuar exatamente do ponto em que paramos. Que o passado está de volta ao presente. Com o passar dos dias vamos percebendo que além de nós, aquela pessoa também mudou. Ela tem uma história a qual não estamos incluídas, construiu uma vida sem nossa presença. E nós? Nós fizemos o mesmo. Ambos tem lembranças, mas na vida prática, no dia a dia, na nossa história, aprendemos a separar as lembranças da vida real. Percebemos então que não foi o passado que voltou para o presente e sim o presente que foi dar uma voltinha lá no passado. E passando a fase do "continua tudo igual", vamos nos dando conta que nada é mais tão igual. Que as características que você apreciava na pessoa não estão mais lá, ou ainda estão. Que você não a reconhece mais como antes, ou reconhece. Que aquela pessoa mudou tanto, mas tanto, que você acha muitas vezes estar na frente de um estranho, e talvez ela também ache isso de você também, ou talvez não. Tudo vai de como vamos lidar com a situação, se esperamos encontrar exatamente a mesma pessoa, com as mesmas idéias, com os mesmos conflitos, com as mesmas certezas, como se cada um de nós não tivesse vivido uma história distinta. Ou se queremos e somos fortes o suficiente para enfrentarmos as mudanças, para redescobrirmos a pessoa, pra encontrarmos coisas que nunca mudaram , pequenos detalhes que mesmo com o passar do tempo ainda estão lá, presentes, e para porque não nos apaixonarmos pelos detalhes, pelas características que não existiam no passado, para redescobrirmos uma pessoa nova dentro da pessoa antiga. É uma questão de disponibilidades, é uma questão de certeza, ou de dúvida. Mas é indispensavelmente uma questão de escolha e de autoconhecimento. Às vezes dá certo... Às vezes não....
Nenhum comentário:
Postar um comentário