quarta-feira, janeiro 16, 2008

Patética

Então é isso. Lá no fundo. Bem no fundinho, não acredito mais nesse Amor (com letras maiúsculas), ao menos não nesse amor romântico. Mas aqui fora, na casca, no leve, a gente de uma forma e de outra espera que aconteça. Pateticamente a gente espera.

Eu tenho evitado sentar para escrever algum texto assim mais “encorpado”, ando tão dramática, tão exagerada, tão patética. Me bate o medo de que em um desses meus textos truncados e ultimamente completamente melo dramáticos, vocês pensem que ou estou sofrendo de amor ou estou prestes a cortar os pulsos ou estou louca. Mas calma, nem tudo é assim tão gigantesco. Ao menos não assim por fora. Ando apenas um pouco afetada. O externo contribui. Sozinha em casa. Amiga de MSN para surtos diários trabalhando. Esse calor insuportável que me deixa mole, sem forças. Isso tudo contribui para carência saltar aqui dentro. Mas por fora to controlando bem. Quase um ser normal. Meio patético. Mas ainda dentro dos parâmetros aceitáveis de convivência social. Ao menos eu penso estar.

Reler Caio também tem ajudado a acentuar essa fase me-socorre-que-niguém-me-ama-ninguém-me-quer-e-eu-vou-ali-cortar-os-pulsos, eu sei que acentua, porque piro junto com ele e começo a fazer conjecturas e dá nisso.

A Lu, escreveu uma vez:

Dizem que o diabo mora nos detalhes. Mentira! Deus mora nos detalhes. O diabo mora é no vazio.

Não naquele vazio que Drummond achou que era falta, ausência. Felizmente ele descobriu em tempo de nos ensinar que esse era apenas um "estar em si". Não naquele que Nietzsche tomou por companheiro. Não naquele fundamental, transcendente e quase terapêutico que faz a gente se perguntar se Sartre não estaria certo quando disse que o inferno é o outro ...

A casa do diabo é aquele vazio que ocupa todo o espaço que a gente dá e nos toma o restinho que sobrou, o que a gente não daria, se pudesse. É o vácuo que responde pelo nome que chamarmos e que se alimenta basicamente do que a gente pensa que é bom, alheio a verdade indigesta de que a vida real quase nunca é tão boa quanto à imaginação."


Eu acho que resumidamente é isso, é um vazio tão preenchido, que não da pra explicar sem ser eu de certa forma melodramática. Desamor, sem não ter sido amor. Da pra entender? Sobra tanta falta! É essa coisa gritante que a vida real nunca é tão boa quanto à imaginação. E de certa forma eu ando vendo tudo tão mais real.

Sem motivos para pânico. Eu ando apenas meio patética.

Mas passa. Sempre passa. Passará.

6 comentários:

Thiago Augusto" disse...

Você está esbarrando na necessidade humana de ter alguém.
Por mais que você não queira ou não acredite que o amor idealizado vá algum dia existir, você precisa dele.
É uma necessidade humana.
Não se pode fugir da causa e do efeito!

Sujeito Oculto disse...

Diabo? Deus? Que tal assumirmos nossas responsabilidades e nossas fragilidades?

Sujeito Oculto disse...

Eu entendi e não tava falando de você especificamente. Eu não gosto de parábolas religiosas porque muitas vezes elas se desvirtuam e acabam ficando literais. Bom voltar por aqui. Beijo.

Vivi disse...

Ixi...que coisa ..vc ta cheia de vazio..hein..
Se passa, e vc ficar melhor..ta otimo...Se bem que vc no ta mal...
tá so....como vc diz um poko patetica...
Ah todo mundo tem disso. Mas nao escrevem ou falam!
Beijos

Somente EU mesma!!! disse...

Janaina...

Primeiro amei o seu espaço!!! Quero dizer que não é por eu ser também Janaína que estou falando isso, mas todas as que eu conheço, tem a personalidade marcante...

Realmente não tem como falar de amor sem ficar resabiada com as consequencias que sempre traz as nossas vidas...

Eu que o diga!!!

Apareça no meu tá!!!

Bjs

Janaína

Anônimo disse...

Olá! Gostei muito do seu blog! Li alguns textos, me identifiquei muito. Estou linkando para visitas posteriores. Muito prazer!