Amor - O mundo paralelo...

Eu na maioria do tempo vivo em um mundo paralelo a minha própria vida. Não que eu via unicamente de fantasias (mesmo que geralmente elas sejam bem melhores) mas não, eu sei toda realidade que me cerca e a qual faço parte. Só que se muita gente acredita que a melhor defesa é o ataque eu acredito que a melhor defesa é nos fazermos de loucos.

Consigo acreditar que já me curei de todos os amores que passaram na minha vida. E que em nenhum momento a dor da saudade fala mais alto e me pego pensando no que estariam eles fazendo. Nem que muitas vezes quis de volta toda algum desses amores. Nesse mundo paralelo eu conto pra mim (e me convenço) que esses carinhas que andam aparecendo e não mechem comigo de maneira alguma, têm algum problema, a culpa é de cada um deles que não conseguem/não sabem/não se esforçam... (Ok. Com algumas exceções realmente no sense). Quando na verdade, a culpa é minha. Eu que não me esforço pra acontecer alguma coisa, eu que não ando querendo nada, ou melhor, simplesmente ando querendo de mais.

Eu que fico aqui esperando alguma coisa que não sei exatamente o que é, quando chega ou se chega algum dia. Na verdade eu acho que ando esperando aquela coisa de paixão a primeira vista, que nunca mais vi de perto. Mas é aquela coisa toda de não querer pensar “ahh poderia ser esse”, ou “se ele tivesse isso era esse”. Eu quero, alheio a tudo, olhar e dizer “é esse”. Não tenho mais tempo (ou saco) para esperar UM cara se tornar O cara.

Sou alienada? Claro que não! Faço isso conscientemente e com total aprovação minha. Se esta certo? Não interessa. Só sei que viver assim, viajando entre dois mundos faz tudo parecer melhor. A realidade ta boa? Então vamos a ela! Não esta? Uma voltinha do lado de lá, vai bem. É indolor. Simples. Fácil. Se eu não quero, apenas deixo fora do paralelo.

“Participamos de uma singular dança de máscaras sobrepostas, atrás das quais somos o objeto de nossa própria inquietação. Nem inteiramente vítimas nem totalmente senhores, cada momento de cada dia um desafio. Essa ambigüidade nos dilacera e nos alimenta. Nos faz humanos.” Lya Luft