Há 3 noites que não durmo (não dormir já virou rotina na minha vida, mas geralmente consigo dormir umas 2/3 horas, agora nem isso), apenas escrevo, escrevo sem parar, como uma doida que busca se entender. Escrevo coisas com nexo, coisas absolutamente sem sentindo, coisas triviais...
Escrevi cartas que sei que nunca chegarei a mandar, mas esta é uma mania que tenho há anos, uma forma que arrumei de organizar as idéias, os pensamentos e conseqüentemente minha cabeça, este fim-de-semana escrevi várias cartas, guardei todas, quem sabe um dia eu as entrego.
Escrevi sobre meu dia a dia, sobre a nova fixação do Bernardo, ele quer um irmão, não, uma irmã, e tem uma razão bem lógica pra isso, tendo ele um irmão teria que dividir seus carrinhos e sendo uma menina ele teria alguém pra brincar sem perder a autoridade máxima sobre seus pertences, basta agora eu arrumar uma maneira de explicar pra ele que tem coisas mais práticas além da vontade dele pra isso acontecer, e que os bebês não vem da cegonha (isso ele já sabe), e que eles não vão pra barriga das mamães como por encanto (isso ele ainda não sabe).
Escrevi sobre a confusão que ta na minha cabeça, sobre minhas dúvidas, minha raiva, minha vontade, sobre esse pan demônio que eu não to conseguindo resolver dentro de mim mesma. Folhas e mais folhas de emoções, sensações e pensamentos desconexos, que pensei em postar, mas mudei de idéia quando percebi que ninguém entenderia nada, ou melhor, mudei de idéia porque eu ainda não estou pronta pra falar sobre essas coisas.
O destino é estranho... É apenas a única certeza que adquiri nessas noites sem sono, ele brinca com a minha cabeça, me tenta a tomar decisões que ainda não quero, que ainda não sei, que ainda não estou pronta pra enfrentar.
Coloquei tudo pra fora, no papel, desabafei, me senti aliviada, mas ainda confusa, acho que isso se deve ao fato de que algumas das decisões não dependem apenas de mim, mas por motivos práticos ainda não deu pra resolver. Não sei por quanto tempo essa compulsão por passar noites acordada vai durar, pelo que me conheço, até eu conseguir me "reorganizar".
Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, título do livro de Rubens Fonseca que li este fim de semana, o livro não me disse muito, mas o título me disse tudo.
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