Então eu fudi meu pescoço. Não sei como, não lembro. Mentira. Sei bem como foi, mas não interessa pra vocês. Não agora. O que interessa é que eu estou com o ombro fudido e não conseguia dormir no sábado. Dor. Sem jeito pra dormir. Deita. Levanta. Caminha. Bebe. Come. Liga Tv. Caubói antagonista falando que o Alemão é um grande cara e que quer ser amigo da Íris. Pessoas mudam na frente de uma câmera. Mais bla bla bla bla de um bandeirinha. Christiane Torloni lendo manifesto em favor da Amazônia. Apaga a Tv. Tenta dormir. Sem chance. Dor. Levanta. Acende a luz. Procura socado em alguma gaveta um pacote de Salompas. Tira tudo de dentro de quatro gavetas. Acha. Pacote dos grandes. Soca tudo pra dentro da gaveta novamente. Nem perto de organizado como estava antes. Vai pro banheiro. Tenta colar aquela coisa enorme do pescoço. Enrola tudo. Desgruda. Lixo. Procura outro pacote. Onde foi mesmo que soquei o outro pacote que tinha visto? Tira tudo das gavetas novamente. Não guarda. Deixa no chão. Procura a tesoura. Corta em quadrados pequenos. Depois de muito esforço, cola. Pega água. Deita de novo. Fica apertando o pescoço diretamente no ponto que dói. Isso é coisa de masoquista. Mas não consegue parar de apertar onde dói. Impressionante a raiva que me dá quando alguém que parece estar interessado não liga quando diz que vai ligar. Masoquismo. Mas to lá apertando no mesmo ponto dolorido.
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