sexta-feira, abril 04, 2008

Fluxo de pensamentos.



Então que tudo tem duas visões a de quem esta dentro e geralmente é uma visão mais insana, mais egoísta. E a visão de quem esta fora geralmente mas sensata, mais amplo. Ou não, tem visões de quem esta fora que são tão ou mais insanas do que as suas próprias. Deve ter a ver com pessoas. Pessoas sensatas e pessoas insanas. Maduras e imaturas. As que respiram e pensam e as que agem num impulso momentâneo e fazem. E eu não preciso dizer em qual grupo estou. Depois de uma avaliação de alguém mais sensato até você melhora, eu ousaria dizer que você se torna até um pouco positiva. Um pouco. Mas também, me pego pensando até que ponto isso não seria conformismo ou ilusão. Até que ponto ver a coisa toda desse foco não é de fato se enganar? E a gente apela pra búzios, pra cartas de tarô e acredita naquilo, e faz toda força do mundo para acreditar naquilo. Ai entra a fé. Até que ponto você tem fé? Onde esta o limite entre sua fé, seu ceticismo e a realidade? A gente simplesmente crê e não vacila. Ou vacila, mas continua crendo. Mas é essa fé, daquelas bem forte que faz a gente acreditar no novo, que faz a gente apostar que de uma forma ou de outra as coisas serão como queremos. Sim, nossa fé também é egoísta. O novo bom, o novo certo, claro que é do jeito que a gente quer. E a gente acredita e continua. Com fé. Porque tem coisa mais destrutiva do que insistir sem fé alguma? E não falo em fé ligando diretamente a uma religião, você pode ter fé que o monstro verde que mora no interior da terra irá comer todos os teus problemas. O monstro é seu e a fé muito mais! Uma das coisas que mais tenho tentado apreender é ser humilde. A engolir os não’s que a vida me enfia sem vomitar. A ser desprezada, chorar como uma cadela e acordar, ter fé e continuar. E há ter paciência e saber esperar. Me esforço todos os dias para ter paciência. Para tentar entender que o meu tempo não é o tempo do mundo. Há pessoas mais lentas. Nem todas têm essa ânsia e essa ansiedade. Nem todas têm esse desespero contido de que se não for agora não será em tempo algum. E a gente exercita a paciência e se fere com isso. Auto-flagelação. Quase nunca consigo é verdade. Mas a tentativa pelo simples ato de tentar já deve servir de alguma coisa. Deve valer algum ponto em algum lugar, no destino, no céu, no paraíso. Em algum lugar tudo isso deve contar de algo. Estou tremendo. Frio ou desespero? Um colunista muito famoso aqui escreveu dias desses uma crônica que fala sobre o fazer falta. O “sinto sua falta” diz ele, é um dos mais lindos elogios que alguém pode te dizer. Quer coisa mais linda do que fazer falta? Eu não sei se faço falta a alguém. Mas sei que digo aqueles que me fazem falta o quanto essa falta dói. E isso por mais humilhante que possa parecer (e acreditem, algumas vezes realmente é!) também tem que valer de algo. Ai me lembro de Caio F. que em Pequenas Epifanias também fala dessa coisa de fazer falta. Da vontade que dá de ir embora, de chorar e de ir embora simplesmente, para que te acolham, para que sintam faltam. No fundo para saber se sua ausência se tornará uma falta ou apenas um espaço em branco. A gente não sabe, não da pra sumir apenas pra tentar fazer falta. A gente vai seguindo em frente, continuando, com fé, com dor. Esperando que algum dia, alguém nesse ciclo louco que é a vida, pare e pense no quanto você faz falta. No quanto algum momento com você foi tão forte que fez essa pessoa parar e escrever: “penso em você, sinto sua falta”. A gente vai continuando esperando esses momentos, essas Pequenas Epifanias...

6 comentários:

Amanda Beatriz disse...

sabe que concordo com isso! uma vez faltei do trabalho por causa de um treinamento, se não me engano, e pelo menos umas 3 pessoas me disseram que eu fiz falta. foi tão bom ouvir aquilo. nós pobres mortais somos tão absurdamente carentes e dependentes, por mais independentes que somos, que o simples fato de fazermos falta à alguém traz um sentimento tão bom de que alguém gosta da gente mesmo. gosta ao ponto de sentir nossa falta. foi bom pensar nisso agora...
beijos!

Anônimo disse...

Pois é...faz tempo que alguém não sente a minha falta...
Que vc tenha uma ótima semana!
Beijos,
Paulinha
http://booperfly.fairy-tales.com.br/

Mariah disse...

também estou nesta fase. fase em que acho que meu rítmo está diferente do ritmo de todo mundo ao meu redor...aí páro, quando dá, um minuto e penso...será então que não é o meu que está errado.
tenho tido a impressão que as pessoas têm vivido em função de horário comercial...dá cinco horas, todo mundo vaza...ninguém produz, ninguém tem idéias, ninguém faz a roda rodar...
estou numa fase muito difícil mesmo...quase apelando para a teorida da nitroglicerina (tem horas que o incêndio tá tão ferrado que o indicado é tacar nitroglicerina e explodir tudo...aí não tem mais o que queimar).
tá difícil...mas vamos lá.
mariah

Mariah disse...

as pessoas acabam se acostumando com "sentir falta"...habituando-se em vez de ir atrás do que faz falta.
mariah

Estava Perdida no Mar disse...

Já passei tanto tempo da minha vida se fazia ou não falta para alguém. Pensava (e talvez até agia) tanto nisso, que acabava não percebendo que eu mesma era quem sentia falta de mim. Quando comecei a me preocupar mais comigo, a cuidar mais das coisas que existem dentro de mim, e me preocupar menos com a falta das pessoas...passei a ser mais procurada por elas. Acho q isso tb é um sinal de q elas sentem falta, mesmo que digam isso em forma de convite: bora se ver?

Beijos

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Se alguém sentiu falta é bom sinal.

Olha, vim te convidar para fazer parte da blogagem coletiva contra o analfabetismo no Brasil.
Passa lá no meu blog lê o post de convocacao do dia 25 de marco. É um assunto que eu acho que temos que nos enganjar.

Boa semana