segunda-feira, setembro 19, 2005

Há exatos 16 anos ele a deixou. Ela era tão pequena, tão menina, e não entedia como ele pode ter feito isso. Ele quebrou a promessa feita de nunca deixá-la e simplesmente se foi, sem se despedir... E ela então blasfemou, xingou, gritou... Foi esta a primeira vez que ela duvidou da existência de Deus... Deus não teu ouvidos aos seus pedidos, as suas suplicas... E ele simplesmente havia ido, não havia nada a ser feito... Ela então por fim depois de excomungar Deus e o diabo, sentou-se e chorou, chorou como nunca havia chorado em toda sua tão pouca existência... Negou-se a vê-lo daquela forma... Indo embora... Ainda esta brava com ele, ele simplesmente não podia estar indo. Não teve quem a convencesse do contrário. E no momento que todos se despediam dele, ela fugiu, isolou-se do mundo e no meio do mato gritou, tentando assim esvaziar seu peito de toda a dor que sentia... E gritando viu que isso não adiantaria. Os dias foram passando e ela sentia medo de esquecer do seu rosto, dia após dias ficava lembrando de cada detalhe, achando que esta era a única maneira de tê-lo vivo na memória. O tempo foi passando e ela viu que não precisava lembrar, pois nunca iria esquecer, ainda se lembrava dele com riquezas de detalhes impressionantes para uma menina de tão pouca idade... A única coisa que não aliviava era a dor que sentia no peito e lhe fazia ficar sem ar... Essa nunca a deixou... Então ela aprendeu a conviver com a ausência... Mas a dor, ainda está lá...

Pai, a menina cresceu e lhe ensinaram que a vida não acabou naquele momento, que apenas aconteceu uma separação. Sei que um dia nos reencontraremos e sinto que durante todo esse tempo nunca estive só. Sentia a sua presença... E sei que olhas por mim... Até um dia! Amanhã aqui pros lados dos pampas é feriado, Revolução Farroupilha, portanto volto na quarta-feira. Beijos pra vocês!

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