segunda-feira, junho 19, 2006

Da série: Os homens da minha vida...

Juliano
Eu tinha saído da minha fase de drogada e como dois extremos estava na fase saúde total. Ok, eu já me assumi uma mulher de fases. Essa fase consistia em comida integral, muita água e esportes. Meu novo brinquedo era andar de rooler, e acreditem eu andava bem, até pq naquela época eu não tinha esses 10 kg a mais sobre meu corpo que me fazem hoje ser uma completa monstra desengonçada em qualquer esporte. Eu andava bem e tenho a sorte de morar perto de dois grandes parques de Porto Alegre, em um desses tinha uma pista exclusiva para patins e para me encontrar era só ir lá.
Um dia andando por lá, fiz amizade com uma guri bem feinho até, mas as pernas o salvavam de um desastre total. Bem vcs já devem ter percebido que tenho uma queda por tipos estranhos. O Juliano, Kdu, como era chamado, andava melhor que eu, apesar de ser desengonhaçado, um dia passamos a tarde toda andando de rooler juntos. Fim do dia, como chovia, decidi pegar um ônibus pra ir pra casa, em vez de ir patinando. Ele foi esperar o ônibus comigo, e feito, foi uma agarração desenfreada na parada, digna de buzinadas dos motoristas, e passou um, dois, três ônibus e nós lá, no maior agarra-agarra. Típico, trocamos telefones, e no inicio da noite ele me liga, pois estava sozinho em casa com os dois irmãos e as respectivas namoradas, me convidou pra aparecer lá.
Fui, prédio legal, apartamento legal, irmãos... Bem os irmãos, legais, mas ele tinha um que era algo de bonito, inacreditável ser da mesma mãe e pai, de tão gato que era o infeliz, nada a ver isso, apenas pra constar que a feiúra dele era acaso e não genética. Lá descobri que apesar de andar de rooler ele ainda estava na fase de drogado, nunca vi tanta maconha junto, como não condeno ninguém, pq tb vivi isso, um não foi suficiente. Curti a noite, começamos a sair com certa regularidade e acabamos namorando.
Freqüentava mais a casa dele do que a minha, adorava aquela família, me sentia melhor lá do que qualquer outro lugar. Foi um namoro recheado de barracos, de brigas enormes e de vai e vem, bem típico da idade que estávamos. Viajei junto com a falia dele nas férias, e pude constatar que gostava mais da família do que dele próprio. Mas até que o namoro rendeu, acho que uns 8 meses, até que eu um dia, depois de um barraco, tomei um belo pé na bunda por telefone. Passou. Nunca mais vi. Doeu mais a separação da família do que dele propriamente dito.
Anos depois, eu tinha um rolo com um outro Juliano, coisa boba de dar uns pegas vez ou outra... To sentada bem bela na minha casa, interfone toca, era o Juliano. Eu o excomungando, como um peguete aparece na minha casa sem avisar, mandei subir... Quase morri de susto, pois o Juliano não era o peguete e sim o esquisitão de anos atrás, do nada, ressurgindo na minha frente. Disse que estava passando e resolveu parar. Tinha mudado, estava mais bonito, tinha casado, separado e tinha tido uma filha. Pude constatar depois que realmente tinha mudado, principalmente no que dizia respeito ao sexo, o tempo foi extremamente generoso com ele. Voltamos, mas dessa vez durou bem pouco, coisa de 3 meses, pois acabei conhecendo outra pessoa, e mesmo com a dor de novamente ter que me separar daquela família que eu adorava, foi minha vez de dar um pé na bunda por telefone...
E ele apenas concluiu... "O telefone nunca foi algo bom pra nós..."
Não mesmo baby...
Beijos pessoas

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