segunda-feira, junho 26, 2006

Da série: Os homens da minha vida...

Cristian
Quando fui iniciar este post fiquei horas pensando como o conheci, e definitivamente eu não lembro, isso é estranho se tratando do cara que foi seu noivo. Pois é não me lembro como conheci meu noivo, só sei que conheci de alguma forma, era de um família tradicional de Porto Alegre, família cheia de convenções, mas eu nunca liguei. Namoramos, e quando estávamos fazendo um ano juntos, ele me fez uma bela surpresa "um noivado surpresa", cheguei na casa dele, tava minha família em peso, tinham colocado participações no jornal e eu, a babaca aqui sem saber de nada. Eu não disse não, em consideração a todo mundo que estava presente, mas a minha vontade era de mandar ele tomar no cu. Não pelo noivado, eu até gostei, mas cara sem me perguntar?? Sem ao menos sondar se eu tb queria isso? Como se minha vontade não valesse nada. Mas estava feito, eu, que nunca fui de convenções, de coisas certas, estava noiva, dentro de todos os conformes que a sociedade achava correto. Eu era uma careta!
Foi ai que começou o meu inferno, por ser uma família rica e cheia de frescuras começaram a planejar mil coisa pro casamento, a mãe dele, que mais parecia a visão da madrasta da Branca de Neve, começou a fazer mil planos, o local, a lista de convidados, o vestido, a festa... E eu que sou delicada como um elefante em uma loja de cristais fui cortando as asinhas da bruxa.
- Ahh vamos fazer a festa no Leopoldina...
- Não, a festa vai ser em um lugar simples, minha família é acostumada com lugares simples.
- Então vamos contratar um ótimo buffet...
- Não, vai ser churrasco, sopa de capeletti e bufett de doces. Vai estar frio e eu já falei com o pessoal da churrascaria que vou contratar.
- Seu vestido! Estilo princesa...
- Não, ele vai ser bem simples, sem babado, sem nada!
- Vamos fazer uma trança entrelaçada com fita!
- Não, cabelo solto, com tiara, e sem véu.
E assim era tudo, vcs podem imaginar que a santa bruxa me amava! Mas teve uma coisa que não fui capaz de escapar, a família dele, católica praticante, não imaginava em hipótese alguma não casar na igreja e como ele, o noivo, era afilhado de um bispo, o tal bispo iria celebrar o casamento. Acontece que eu espírita, não tinha primeira comunhão e nem crisma. Quando falei isso a mulher teve um pré surto e eu me vi dentro de uma sala de aula, tendo catecismo. Bom em 6 meses eu estava fazendo a primeira comunhão e crisma, e com certeza deixei o cara que ministrava as aulas um pouco mais velho com as minhas discussões.
Convites prontos, tudo arranjado, vestido esperando a ultima prova, noivo vai viajar a trabalho e eu vou pra festa com as amigas. Eis que na festa eu tenho uma visão do cara perfeito, alto, moreno, sarado, gostoso, daqueles que te olham e tu para até de respirar. Não escondi nada do cara, que era noiva, que ia me casar em trinta dias e tals. Como o noivo só voltava em uma semana, ele - o cara - me propôs uma aventura de uma semana apenas, pois estava morando em Curitiba e ficara esse tempo apenas em Porto Alegre. Eu que precisava de uma adrenalina na minha vida topei. Depois de uma semana perfeita, veio um convite inusitado:
- Não case, e venha comigo pra Curitiba.
Perguntei se era sério, e como vi que sim, tive apenas uma semana para conseguir transferência do meu emprego para a filial do Paraná, cancelar todo casamento, devolver os presentes que já haviam sido entregues, conversar com o noivo, agora ex-noivo. Claro que a reação dele foi péssima, claro que ele queria me matar. A bruxa da mãe dele, chegou a sugerir que casássemos e nos separássemos depois, apenas para evitar o escândalo...
Minha família pensou em me internar, e pela segunda vez fiquei sem falar com a minha mãe.
Soube muito depois que o Cristian tinha se casado e tinha uma filhinha, fiquei feliz, pois sei que fiz muito mal pra ele, mas até então eu não tinha noção do que era amor, e só fui descobrir depois dele...
E eu? Fui pra Curitiba, mas isso é história pra semana que vem
Beijos Pessoas

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