quarta-feira, março 30, 2011

Enfim, eu vejo!


Há mais de um ano Clara-Lu, meu superego, me deu de presente “Mulheres que Correm com os lobos – Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem”, um livro que a inspirou de forma imensa, que clareou a sua idéia e que fez toda diferença.

Bem pra mim, nada aconteceu. Ao menos nas três vezes que tentei ler o desembestado livro! Como assim eu não entendia? Como assim eu não via a iluminação? Comentei com outra amiga sobre o tal livro e ela me racha a cara “vale por uma terapia de uma vida toda!” Pronto, tava feita à merda! Eu preciso enxergar tudo isto! Mas não adiantava, continuava maçante e chato, muito chato!

Isto até semana passada, quando finalmente a ficha caiu, finalmente as imagens embaralhadas ficaram nítidas e começou a fazer todo sentido. Ainda estou no início do livro, mas se minha mente continuar fervendo deste jeito tenho certeza que vale por uma terapia sim!

Não esperem grandes textos... Eis as primeiras linhas, paridas dolorosamente, porque é um livro que dói.

***

Tudo que esta vivo precisa morrer para então renascer. Acho que cheguei a este ponto, o ponto de que para continuar vivendo eu preciso morrer. Morrer e escolher o que deve continuar morto, podendo assim renascer e escolher os próximos passos. Mas se deixar morrer não é assim tão simples, porque para isto preciso olhar para dentro de mim e encarar tudo que não gosto, tudo aquilo que me faz mal, toda aquela coisa cotidiana que no fundo eu uso para justificar o meu “não fazer”. Eu preciso achar a minha verdade.

Cheguei aquele ponto que não posso mais fingir que a porta não esta diante do meu nariz, o anseio de me libertar é maior, então eu preciso abri-la, preciso deixar de lado toda a ingenuidade que eu finjo não ter, toda imaturidade e preciso atravessar a e ver que não podemos maquiar as coisas para que nos pareçam menos terríveis e mais ajustadas.

Pode ser que não existam respostas corretas, mas com certeza existem as perguntas certas! E esta é aquela que se faz impossível não ver a realidade da vida (da sua) escancarada. O que eu sei de mim que preferia não saber? O que tem atrás da porta? O que de mim preciso deixar morrer e o que preciso resgatar?

Como eu disse, não tenho a resposta (ainda) e isto não importa, o importante é que, enfim, eu estou a atravessar a minha porta. Posso não saber o caminho que farei, mas saber onde quero chegar já é metade do caminho.

É impossível esperar que alguém me compreenda sem antes eu me compreender. Sinto que vai ser uma viagem e tanto!

12 comentários:

Lu Souza Brito disse...

Oi Jana,

Que bacana, só pela sua narrativa, fiquei curiosa pelo livro.
Mas sabe que com livros tem disso: para um significa tals, para outros as vezes nao alcança o sentido.
É o momento. Provavelmente nao estava preparada para entender o livro nas primeiras tentativas de leitura.
Boa sorte!

katy disse...

oi janaína, li divã esses dias e senti como se tivesse feito terapia. mas agora que li seu post, vou comprar o livro e, realmente, fazer terapia. boa leitura.

Carol Rodrigues disse...

Eu sou DOIDA pra ler esse livro

Carai

Thiago disse...

Morrer para então renascer. Se perder pra depois se achar, de todo modo o importante é caminhar, e aquele velho clichê? Se não houvessem as portas abertas, para que temos as janelas? Ora!

Luiz disse...

Isso, menina valente, go ahead !!! Renasça quantas vezes for necessário para que voce seja cada vez mais feliz !!!!! Renascer é muito bom !!!!!

Beth disse...

Parabéns pelo aniversário. Muita luz, muita alegria, muita força sempre viu? E com saúde, claro!
Beijos, estou voltando devagar, sumi umas 3 semanas, o que não é muito comum para mim, parece que foi um ano...rs Estou por aqui de novo, esperando agora o seu renascimento, pelo visto vem com tudo!!!!!

Helena disse...

Oiii Jana bom saber que está voltando.
Olha tb estou lendo um livro que todo mundo elogia horrores e eu não me encontrei nele ainda...rs acontece.
Vê se aparece.
Beijos

Li disse...

Muito legal!
E valeu pela dica!
Beijinhos
Li

Luma Rosa disse...

Ainda não li este livro, Jana! Acredito sim que para certas leituras existe o momento certo e outras deve adotar doses homeopáticas diluídas em bastante líquido e deglutidas demoradamente.
Boa semana! Beijus,

Garota Enxaqueca disse...

Estou nesse momento, Jana.

Será que é deste livro que preciso?

Helena disse...

Oiii Jana....senti sua falta...

bjos

Pensando disse...

Oh, acabei de ver uma luz no fim do tunel, e não é o trem. Gozado é que nós, vez por outra, damos uma mudada no lay out, cortamos o cabelo, compramos roupas diferentes, mas por dentro...uma mesmice...agarrados tipo náufragos à sentimentos, saudades, mágoas e dissabores antigos. Temos dificuldades em nos livrar dessa tralha chamada passado, de onde deveríamos tirar alguma experiência - prá não fazer merda de novo - e guardar só o que interessa. Sem falar de um tal comodismo, que não nos deixa abrir portas que não conhecemos e das quais temos medo. Até que um dia, motivamos pelo vazio que acaba nos consumindo, resolvemos, às vezes em desespero ou não temdo mais nada a perder, a chutar a porra do balde, mandar tudo à merda e dar uma sacudida na vida, em busca de novos horizontes, afinal, os nossos estavam tão sombrios. Entonces, moça dos olhos verdes do mar que só vemos no verão, vá em buscas das respostas das perguntas
certas, e não aceite verdades que você não entenda. Talvez você deva fazer as respostas que lhe saciem, afinal, você estará no comando.
Um beijo do amigo