sexta-feira, novembro 28, 2008

Do que me é incompreensível


Tem coisas que eu não sei e nem espero um dia aprender a lidar. Falta de maturidade nos relacionamentos, mentiras e filha da putice, são algumas dessas coisas. Envolver-se com alguém, deixar que essa pessoa compartilhe de sua vida, da sua casa, da sua família, que faça parte dela, pra mim é algo muito sério. E a imaturidade com que as pessoas tratam sentimentos alheios simplesmente não me é simples entender. A facilidade com que as pessoas descartam pessoas me corta pela frieza. E eu definitivamente não sou uma pessoa fria. Não trato pessoas como objetos, que servem somente de degraus para que possamos atingir nossos objetivos. Pessoas não são descartáveis. E o mínimo de maturidade e respeito quando se deixa de sentir algo é importante. Somos feitos de sentimentos e sentimentos são mutáveis, pessoas deixam de sentir, sentimentos se modificam, entendo tudo isso. Agora filha da putice é falta de caráter e nada mais. É falta de vergonha na cara. Por isso nunca trai, deixei de gostar de algumas pessoas nos meus relacionamentos, e sempre fui sincera com isso, sempre tive cuidado em não machucar além do necessário ninguém. Eu nunca fui filha da puta. Eu nunca arrastei um relacionamento até achar alguém para ocupar aquele lugar por medo da solidão. Não que eu não tenha medo da solidão, tenho e já afirmei aqui, mas acredito que não podemos usar as pessoas como base e solução dos nossos problemas. Eu já magoei muito algumas pessoas, por ser impulsiva, por ser estourada, por falar coisas sem pensar. Mas tenho a consciência tranqüila que em nenhum dos meus relacionamentos alguém pode dizer que me faltou caráter. Que me faltou sinceridade. Eu nunca acreditei que se paga com a mesma moeda. Pois acreditem sou PHD em filha da putice alheia, afinal são quase 30 anos em que me deparo com alguns dos tipos mais canalhas. Mas eu? Eu tenho minha cabeça tranqüila, eu deito no travesseiro e sei que posso ter errado muito, em diversos momentos, mas eu nunca perdi a índole que tenho. Eu nunca magoei propositalmente, eu nunca usei ninguém, mesmo tendo tido a chance disso três vezes, eu nunca fiz ninguém de estepe na minha vida enquanto procurava um pneu novo. Isso me alivia. Mas não serve pra compreender atitudes alheias. Não me ajuda a ver onde esta a naturalidade em usar pessoas, em se aproveitar de sentimentos. Eu simplesmente não consigo achar natural que se traia, que se perca o respeito, que falte dignidade e vergonha na cara para assumir olhando no olho do outro o que se fez. Sempre dei minha cara à tapa e geralmente virava o outro lado, mas todas às vezes fiz isso olhando dentro dos olhos e sendo o mais sincera que posso ser. Nunca me escondi por trás de deboches, pois relacionamentos, pessoas, são compostas de sentimentos e sensações e deboche não cabe nesse contexto. Pra isso existem palhaços de circo, que no fim nem são tão engraçados. Mesmo quando foram canalhas e filha da puta comigo, tentei manter o mínimo de civilidade, de respeito, não pela pessoa, mas pelo que vivemos ou deixamos de viver, no fundo por respeito a mim, ao que eu acredito, pelo que penso eu ser a base de toda e qualquer relação humana. Mas eu tenho meu limite, eu tenho o ponto que perco toda e qualquer educação, que eu deixo de respirar fundo com deboches, que eu desço do salto, pois eu fervo, e imaturidade alheia, principalmente em assumir que jogou merda no ventilador e que lhe faltou honestidade eu não aturo. Nesse dia, nesse momento, a outra pessoa simplesmente morre pra mim. E depois de morto eu simplesmente paro de sentir qualquer coisa, até mesmo civilidade. Afinal não há necessidade de ser civilizado com quem, pra mim, não existe.

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