
Axé! E que venha 2009!
Dessa vez não. Dessa vez minha boca grande não me pega. Dessa vez eu não conto aos quatro ventos. Dessa vez eu vou ouvir a voz da minha mãe que me diz desde pirralha “se preserve” e eu como uma pirralha birrenta nunca ouvi. Dessa fez eu faço tudo diferente. Pra ver se da certo. To cansada de ser eu e dar errado. To cansada de surtar, pirar, de falar, de contar, de dar detalhes e tudo dar errado. Dessa vez eu vou guardar tudo de bom que me acontece. Eu não vou dividir ou vou dividir apenas a parcas pessoas da lista vip do meu ser. Nada disso mais de contar tudo pra todo mundo. Nada disso de surtar e falar tudo que eu penso. Nada disso de vir aqui e falar, falar, falar... Agora é só ser leve. Brisa. Eu cansei de ser confusa, louca, intensa e perder tudo. Eu cansei de pirar à noite, e passar semanas pra me encontrar. Eu cansei de dar detalhes de tudo a todo mundo. Pois eu sempre fiz tudo isso e sempre perdi mais que ganhei. Agora é assim, boca de siri, cara de blasé e a esperança de que essa normalidade, essa preservação toda, deixe as coisas boas acontecerem. Mesmo querendo, mesmo morrendo de vontade de gritar meia dúzia de coisas eu não vou. Eu vou é pra frente do espelho, respiro fundo e me peço calma. Repito mil vezes pra engolir minha ansiedade, minha intensidade, minha loucura. Leve, lembra? Seja leve. Nada de contar medos, de desatar a falar de vontades, de verdades, de piração da minha alma que mal eu compreendo. Nada disso. Falar só se forem amenidades. É isso, nada do que acontece tão cedo por aqui. Uma tentativa de preservar o que de bom pode vir. Pshiiiiiiiiii! Repito pra mim várias vezes...
Tem coisas que eu não sei e nem espero um dia aprender a lidar. Falta de maturidade nos relacionamentos, mentiras e filha da putice, são algumas dessas coisas. Envolver-se com alguém, deixar que essa pessoa compartilhe de sua vida, da sua casa, da sua família, que faça parte dela, pra mim é algo muito sério. E a imaturidade com que as pessoas tratam sentimentos alheios simplesmente não me é simples entender. A facilidade com que as pessoas descartam pessoas me corta pela frieza. E eu definitivamente não sou uma pessoa fria. Não trato pessoas como objetos, que servem somente de degraus para que possamos atingir nossos objetivos. Pessoas não são descartáveis. E o mínimo de maturidade e respeito quando se deixa de sentir algo é importante. Somos feitos de sentimentos e sentimentos são mutáveis, pessoas deixam de sentir, sentimentos se modificam, entendo tudo isso. Agora filha da putice é falta de caráter e nada mais. É falta de vergonha na cara. Por isso nunca trai, deixei de gostar de algumas pessoas nos meus relacionamentos, e sempre fui sincera com isso, sempre tive cuidado em não machucar além do necessário ninguém. Eu nunca fui filha da puta. Eu nunca arrastei um relacionamento até achar alguém para ocupar aquele lugar por medo da solidão. Não que eu não tenha medo da solidão, tenho e já afirmei aqui, mas acredito que não podemos usar as pessoas como base e solução dos nossos problemas. Eu já magoei muito algumas pessoas, por ser impulsiva, por ser estourada, por falar coisas sem pensar. Mas tenho a consciência tranqüila que em nenhum dos meus relacionamentos alguém pode dizer que me faltou caráter. Que me faltou sinceridade. Eu nunca acreditei que se paga com a mesma moeda. Pois acreditem sou PHD em filha da putice alheia, afinal são quase 30 anos em que me deparo com alguns dos tipos mais canalhas. Mas eu? Eu tenho minha cabeça tranqüila, eu deito no travesseiro e sei que posso ter errado muito, em diversos momentos, mas eu nunca perdi a índole que tenho. Eu nunca magoei propositalmente, eu nunca usei ninguém, mesmo tendo tido a chance disso três vezes, eu nunca fiz ninguém de estepe na minha vida enquanto procurava um pneu novo. Isso me alivia. Mas não serve pra compreender atitudes alheias. Não me ajuda a ver onde esta a naturalidade em usar pessoas, em se aproveitar de sentimentos. Eu simplesmente não consigo achar natural que se traia, que se perca o respeito, que falte dignidade e vergonha na cara para assumir olhando no olho do outro o que se fez. Sempre dei minha cara à tapa e geralmente virava o outro lado, mas todas às vezes fiz isso olhando dentro dos olhos e sendo o mais sincera que posso ser. Nunca me escondi por trás de deboches, pois relacionamentos, pessoas, são compostas de sentimentos e sensações e deboche não cabe nesse contexto. Pra isso existem palhaços de circo, que no fim nem são tão engraçados. Mesmo quando foram canalhas e filha da puta comigo, tentei manter o mínimo de civilidade, de respeito, não pela pessoa, mas pelo que vivemos ou deixamos de viver, no fundo por respeito a mim, ao que eu acredito, pelo que penso eu ser a base de toda e qualquer relação humana. Mas eu tenho meu limite, eu tenho o ponto que perco toda e qualquer educação, que eu deixo de respirar fundo com deboches, que eu desço do salto, pois eu fervo, e imaturidade alheia, principalmente em assumir que jogou merda no ventilador e que lhe faltou honestidade eu não aturo. Nesse dia, nesse momento, a outra pessoa simplesmente morre pra mim. E depois de morto eu simplesmente paro de sentir qualquer coisa, até mesmo civilidade. Afinal não há necessidade de ser civilizado com quem, pra mim, não existe.
- Então que um telefonema assim do nada, com convite assim despretensioso, faz com que a gente se lembre da mulher que é, e faz um bem danado pra auto-estima;
- Mila, esta de volta, Em Cima do Salto Agulha, não vão deixar de conferir né?
- Eu não entendo qual a dificuldade das pessoas devolverem o que não lhes pertencem. Juro que fica parecendo birra só pra se sentir notado... ai ai ai, me falta paciência....
- Ta calor, muito calor, e eu to fazendo as contas de quando volta o frio...
- Eu ainda teria algumas coisas pra falar em função de outras coisas, mas, ainda não é o momento.
- É isso, rapidim que to com sono...
Lilith, eu não tenho nem palavras, eu não sei nem o que escrever, na verdade não tem palavras pra descrever as lágrimas que rolaram ao ler sua carta, lágrimas de gratidão, de alivio entende? Gratidão por vc dividir um cadim de sua vida, sua historia comigo, e de alivio por mim, acho que era aquele choro contido que precisava de uma forma ou de outra sair...
Eu ti!
Tudo nessa vida tem um limite, até para o sofrimento...
7 dias... Deu tempo de morrer, de velar, de enterrar e de rezar a missa...
Agora deu.
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"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza."
Caio Fodástico de Abreu, claro.
Eu estava pensando, meu sonho de ontem podia ser uma metáfora da minha vida. Vem sonhando, sonhando e ploft, cara no chão, não resta mais nada além de acordar. Ando irritada, e por Deus, queria socar minha cara de tanta irritação que eu to, e como uma das coisas que andam me irritando fui eu que provoquei, eu tenho vontades absurdas de bater com cabeça na parede. Ando insuportavelmente chata. Reflexo de uma vida que anda insuportavelmente chata. No fundo somos reflexos, de tudo. Ai junta a vida chata, com essa época escabrosa que se aproxima... E eu viro algo bem próximo de um cão raivoso. Não gosto de natal, suporto ano-novo, mas natal definitivamente não é minha época. Eu fico um pé no saco, e só consigo pensar que minha carteira magra, vai virar anorexica, lojas lotadas, em gente correndo como barata tonta, aquela “neve” num País com esse calor, em toda aquela gente que não fez nada o ano inteiro e de uma hora pra outra se sentem os reis da solidariedade porque deram um quilo de arroz pra qualquer campanha, em todos os sorrisos falsos de fim de ano de gente que nunca mostrou os dentes pra você antes e essa coisa idiota, que uma noite vai fazer toda vida mudar na manhã seguinte. Enfim, tudo de novo, e eu só rezo pra sobreviver. Sensação de que terei 60 dias de TPM. Estou a um fio de mandar meu emprego à merda, simplesmente porque eu sou uma anta e cometi a asneira de misturar gente da minha vida pessoal na minha profissional, e virou uma paçoca daquelas que você mastiga e esfarela mais, ruim de engolir, e eu praticamente não tenho faço outra coisa além de falar dessa coisa toda com gente que eu deveria relaxar e não me estressar. Se todo mundo tem um limite o meu transbordou faz tempo. Vontade de ir pro raio que parta junto com o capeta e viver de sacanagem até tudo isso passar. Pois acreditem nem sacanagem eu ando fazendo! Não há mente nem corpo que agüente, e tenho a sensação que mais dia menos dias eu simplesmente vou explodir e entrar em surto. Daí, nem meu tarja preta resolve mais!