segunda-feira, dezembro 29, 2008

2009

Então, nada de retrospectiva, nada de lista de promessas que eu não irei cumprir... Tudo que eu quero é que esse ano tosco acabe! Porque o ano pra ser tumultuado como esse, não vejo a hora de ir de vez. Eu gosto de números impares, consequentemente gosto de 2009, acho que vai ser um ano ao menos mais sonoro aos meus ouvidos. O que quero mesmo é que essa sensação de “pode estar acontecendo alguma coisa” que to tendo agora na finaleira do ano, aconteça de vez ano que vem. Porque ta na hora de alguma coisa lá em cima olhar pra mim e pensar “coitada, ta na hora de dar um respiro pra essa”. Sério mesmo, preciso respirar, preciso de algumas coisas boas, algumas surpresas, menos bla bla bla e mais acontecimentos reais por aqui não faria mal a ninguém. Um pouco mais do delicado da vida, é esse o meu desejo de ano novo. Nada de grana, de trabalho, não que não seja bom, se vier vai ser muito bem vindo, mas a gente tem que focar na coisa, isso de jogar pra todo lado nunca da certo mesmo. Então quero o delicado, quero algumas noites em claro por ótimos motivos, só quero que aconteça... Seria como presente de Natal atrasado, que eu acho sempre tem um sabor melhor porque você nem espera presente algum. Pra quem é ligado nessas coisas de cores, já aviso que 2009 será regido por Ogum, seguido de Iansã, então não custa ai dar um toque de verde ou vermelho no visual pra entrar o ano de boa com os Orixás. Sem contar que calcinha vermelha, dizem, que garante muito amor no próximo ano...

Axé! E que venha 2009!

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Eu confesso!

Confesso que ontem a noite, chorei praticamente em todo o especial do Roberto Carlos...



Me interna, tsc!

segunda-feira, dezembro 22, 2008

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Futilidades


- Eu vou tirar 30 dias de férias. Em todos esses anos nessa empresa vital, essa é a primeira vez que isso me acontece; Mas não chorem eu devo dar as caras vez em quando (muito em quando)

- Das dúvidas cruéis da minha vida: Se eu pinto as unhas o esmalte descasca em 2 dias, se a manicure pinta demora 6;

- Tem uma semana que eu to ligada em 220V. Como desliga a bateria?

- Pra não dizer que não falei sobre Natal. Eu ainda não comprei todos meus presentes, só amanhã. Eu juro que um dia eu consigo ibernar nessa época. Juro!

- Não confie em manicure que rói as unhas;

- Ta era isso, porque não tem muita coisa fútil acontecendo na minha vida. E eu ando meio... não se assustem... não riam.... não caiam das cadeiras... meio... rosa!

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Pshiiiiii!!

Dessa vez não. Dessa vez minha boca grande não me pega. Dessa vez eu não conto aos quatro ventos. Dessa vez eu vou ouvir a voz da minha mãe que me diz desde pirralha “se preserve” e eu como uma pirralha birrenta nunca ouvi. Dessa fez eu faço tudo diferente. Pra ver se da certo. To cansada de ser eu e dar errado. To cansada de surtar, pirar, de falar, de contar, de dar detalhes e tudo dar errado. Dessa vez eu vou guardar tudo de bom que me acontece. Eu não vou dividir ou vou dividir apenas a parcas pessoas da lista vip do meu ser. Nada disso mais de contar tudo pra todo mundo. Nada disso de surtar e falar tudo que eu penso. Nada disso de vir aqui e falar, falar, falar... Agora é só ser leve. Brisa. Eu cansei de ser confusa, louca, intensa e perder tudo. Eu cansei de pirar à noite, e passar semanas pra me encontrar. Eu cansei de dar detalhes de tudo a todo mundo. Pois eu sempre fiz tudo isso e sempre perdi mais que ganhei. Agora é assim, boca de siri, cara de blasé e a esperança de que essa normalidade, essa preservação toda, deixe as coisas boas acontecerem. Mesmo querendo, mesmo morrendo de vontade de gritar meia dúzia de coisas eu não vou. Eu vou é pra frente do espelho, respiro fundo e me peço calma. Repito mil vezes pra engolir minha ansiedade, minha intensidade, minha loucura. Leve, lembra? Seja leve. Nada de contar medos, de desatar a falar de vontades, de verdades, de piração da minha alma que mal eu compreendo. Nada disso. Falar só se forem amenidades. É isso, nada do que acontece tão cedo por aqui. Uma tentativa de preservar o que de bom pode vir. Pshiiiiiiiiii! Repito pra mim várias vezes...

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Orgia Gastronômica

Então que eu temperei com as minhas melhores especiarias. Uma pitada de leveza. Uma generosa quantidade de riso. Vinho. Um cadim de surpresa. Reciprocidade. Três colheres de identificação. Cumplicidade. Pimenta branca. Vontade. Falta de vontade de ir. Uma boa dose de arrepios. Quatro ou cinco mordidas no canto da boca. Uma ausência de sono. E uma respiração suspensa. Tudo isso servido numa toalha de noite estrelada...

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Eu?




Eu ando por aqui achando a vida bem sem graça, e ela - a vida - por conseqüência, me achando mais sem sal ainda.


quarta-feira, dezembro 03, 2008

Para Maria da Graça, de Paulo Mendes Campos


Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.

A realidade, Maria, é louca.

Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?"

Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon". Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.

Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida, mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor.

Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá.A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".

Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.



Recebi por e-mail da Carol, e chorei um lago (aff! ando tão mulherzinha!) que fiquei com medo de me afogar em minhas próprias lágrimas... As partes grifadas são minhas entrelinhas e /ou coisas que eu ainda preciso aprender nessa porra de vida. De alguma forma achei que deveria por esse texto aqui, por conter verdades irrefutáveis... Em algum lugar devem haver cogumelos que nos fazem crescer novamente...

sexta-feira, novembro 28, 2008

Do que me é incompreensível


Tem coisas que eu não sei e nem espero um dia aprender a lidar. Falta de maturidade nos relacionamentos, mentiras e filha da putice, são algumas dessas coisas. Envolver-se com alguém, deixar que essa pessoa compartilhe de sua vida, da sua casa, da sua família, que faça parte dela, pra mim é algo muito sério. E a imaturidade com que as pessoas tratam sentimentos alheios simplesmente não me é simples entender. A facilidade com que as pessoas descartam pessoas me corta pela frieza. E eu definitivamente não sou uma pessoa fria. Não trato pessoas como objetos, que servem somente de degraus para que possamos atingir nossos objetivos. Pessoas não são descartáveis. E o mínimo de maturidade e respeito quando se deixa de sentir algo é importante. Somos feitos de sentimentos e sentimentos são mutáveis, pessoas deixam de sentir, sentimentos se modificam, entendo tudo isso. Agora filha da putice é falta de caráter e nada mais. É falta de vergonha na cara. Por isso nunca trai, deixei de gostar de algumas pessoas nos meus relacionamentos, e sempre fui sincera com isso, sempre tive cuidado em não machucar além do necessário ninguém. Eu nunca fui filha da puta. Eu nunca arrastei um relacionamento até achar alguém para ocupar aquele lugar por medo da solidão. Não que eu não tenha medo da solidão, tenho e já afirmei aqui, mas acredito que não podemos usar as pessoas como base e solução dos nossos problemas. Eu já magoei muito algumas pessoas, por ser impulsiva, por ser estourada, por falar coisas sem pensar. Mas tenho a consciência tranqüila que em nenhum dos meus relacionamentos alguém pode dizer que me faltou caráter. Que me faltou sinceridade. Eu nunca acreditei que se paga com a mesma moeda. Pois acreditem sou PHD em filha da putice alheia, afinal são quase 30 anos em que me deparo com alguns dos tipos mais canalhas. Mas eu? Eu tenho minha cabeça tranqüila, eu deito no travesseiro e sei que posso ter errado muito, em diversos momentos, mas eu nunca perdi a índole que tenho. Eu nunca magoei propositalmente, eu nunca usei ninguém, mesmo tendo tido a chance disso três vezes, eu nunca fiz ninguém de estepe na minha vida enquanto procurava um pneu novo. Isso me alivia. Mas não serve pra compreender atitudes alheias. Não me ajuda a ver onde esta a naturalidade em usar pessoas, em se aproveitar de sentimentos. Eu simplesmente não consigo achar natural que se traia, que se perca o respeito, que falte dignidade e vergonha na cara para assumir olhando no olho do outro o que se fez. Sempre dei minha cara à tapa e geralmente virava o outro lado, mas todas às vezes fiz isso olhando dentro dos olhos e sendo o mais sincera que posso ser. Nunca me escondi por trás de deboches, pois relacionamentos, pessoas, são compostas de sentimentos e sensações e deboche não cabe nesse contexto. Pra isso existem palhaços de circo, que no fim nem são tão engraçados. Mesmo quando foram canalhas e filha da puta comigo, tentei manter o mínimo de civilidade, de respeito, não pela pessoa, mas pelo que vivemos ou deixamos de viver, no fundo por respeito a mim, ao que eu acredito, pelo que penso eu ser a base de toda e qualquer relação humana. Mas eu tenho meu limite, eu tenho o ponto que perco toda e qualquer educação, que eu deixo de respirar fundo com deboches, que eu desço do salto, pois eu fervo, e imaturidade alheia, principalmente em assumir que jogou merda no ventilador e que lhe faltou honestidade eu não aturo. Nesse dia, nesse momento, a outra pessoa simplesmente morre pra mim. E depois de morto eu simplesmente paro de sentir qualquer coisa, até mesmo civilidade. Afinal não há necessidade de ser civilizado com quem, pra mim, não existe.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Rapidinhas


- Então que um telefonema assim do nada, com convite assim despretensioso, faz com que a gente se lembre da mulher que é, e faz um bem danado pra auto-estima;

- Mila, esta de volta, Em Cima do Salto Agulha, não vão deixar de conferir né?

- Eu não entendo qual a dificuldade das pessoas devolverem o que não lhes pertencem. Juro que fica parecendo birra só pra se sentir notado... ai ai ai, me falta paciência....

- Ta calor, muito calor, e eu to fazendo as contas de quando volta o frio...

- Eu ainda teria algumas coisas pra falar em função de outras coisas, mas, ainda não é o momento.

- É isso, rapidim que to com sono...

terça-feira, novembro 25, 2008

Das delicadezas inexplicáveis

Ta que eu tava ontem aqui quietinha na minha tarde sem sal, pensando cá nos meus botões e na minha vida, completamente em dúvida se ia ou não ia sexta ali onde não interessa pra vocês. Eis que o moço do sedex toca a campainha, o que é comum, porque dia sim e dia também tem sedex nessa naba. Só que o sedex era para essa pessoa phyna e glamurosa que vos escreve! Imediatamente eu já fiquei toda boba e contente.

Eis que despacho mais que depressa o ser do correio e abro minha caixinha mágica amarela e azul. Dentro: Um livro, que fez um bem danado a quem me mandou, e eu espero sinceramente que me faça o mesmo bem. Uma “florzinha do jardim dela com muito amor para me alegrar e um anjinho para olhar por mim, com cheiro de capuccino para instigar minha alma gorda como a dela”! Um cartão e uma carta em papel de carta rosa!! (Rosinha, rosinha).

Eu que já tava assim chorando de cantinho, me lavei toda lendo a carta em papel de carta rosa com balões de estrelas e crianças voando em luas... Como é que vou explicar? Uma carta verdadeira, uma carta de preocupação, uma carta de amizade, de alguém que infelizmente mora tão no cu do mundo como eu, e nem posso abraçar forte agora pra agradecer...

Eu nem sei bem o que escrever de fato, porque realmente to emocionada e aos prantos, porque essas delicadezas que a vida me dá me tiram o nexo, porque nessas horas eu penso que: “Porra! A vida tem gente doce por ai e não somente essa gente escrota que cruza meu caminho”. Me faz ter certeza que afinidade, intuição, carinho, amizade, amor nada tem a ver com nada, apenas com alma, e que a identificação mutua é algo que realmente não se explica. Uma caixinha amarela com azul, recheada de sonhos e felicidade, que me salvou à tarde, e tenho certeza que me servirá de muito, todo o dia que eu precisar respirar fundo. Carinho gratuito e sincero ultimamente tem me arrancado rios de lágrimas.

Lilith, eu não tenho nem palavras, eu não sei nem o que escrever, na verdade não tem palavras pra descrever as lágrimas que rolaram ao ler sua carta, lágrimas de gratidão, de alivio entende? Gratidão por vc dividir um cadim de sua vida, sua historia comigo, e de alivio por mim, acho que era aquele choro contido que precisava de uma forma ou de outra sair...

Eu ti!



(Como pode ver sou uma ótima fotográfa)

segunda-feira, novembro 24, 2008

Dos Limites


Tudo nessa vida tem um limite, até para o sofrimento...


7 dias... Deu tempo de morrer, de velar, de enterrar e de rezar a missa...


Agora deu.

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"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza."

Caio Fodástico de Abreu, claro.

terça-feira, novembro 18, 2008

Estar Sozinho


Estar sozinho é engraçado, louco, angustiante, libertário e triste, tal qual estar com alguém. No entanto, estar sozinho é absolutamente o oposto de estar com alguém.
Estar sozinho é fechar as mãos no nada quando se atravessa a rua correndo e não se tem uma mão para segurar.
É acordar sem saber o que será do dia porque planejar sozinho dá preguiça.
É falar a coisa mais engraçada do mundo para alguém que não vai rir, porque ninguém te entende tão bem.
É ficar louca sem cúmplice. Não tem graça ser fora da lei sozinho.
É querer contar tanta coisa para alguém, mas para quem?
A vida simplesmente acontece para quem está sozinho, às vezes sem que a gente perceba, pois é mais fácil ter noção de si mesmo através de outra pessoa.
Estar sozinho é fazer dengo sozinho na cama, sem ninguém para apenas encaminhar o ombro um pouco mais perto.
É comer doce demais porque sua boca precisa de um incentivo para continuar salivando vida.
É comer doce demais porque estar sozinho dá uma tremedeira estúpida de hipoglicemia.
É o doce que substitui mal e amargamente o sexo.
Estar sozinho é dormir até tarde no domingo. Não para congelar o tempo na alegria, mas para fazer de conta que o tempo não existe.
É conviver com a ansiedade de que você pode encontrar alguém especial a cada esquina, então você tenta ficar bonita. Mas seus olhos não mentem o cansaço da espera e a tristeza de estar solta, e você fica feia.
É ter a sensação de que ninguém te olha, pelo menos não como você gostaria de ser olhada.
Estar sozinha é estar solta e, no entanto, é estar amarrada ao chão porque nada te faz flutuar, sonhar, divagar.
Estar sozinho, ou estar sozinha, pode acontecer com qualquer um. E você torce para que aconteça com a sua melhor amiga, ou com aquele homem que você gostaria de experimentar como uma pílula para a sua solidão.
Estar sozinha é não suportar ouvir a palavra solidão porque ela faz sentido. E o sentido dela dói demais.
Estar sozinho é ter uma risada nervosa, de quem segura um grito e um choro enquanto ri. Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinho sem ficar deprimido.
Estar sozinho é usar roupas provocantes sem se sentir sexy com elas. É conferir a caixa de e-mails com uma freqüência que beira a compulsão. É chorar do nada. É acordar do nada. É morrer de medo do nada que fica no estômago.
Estar sozinho é uma coisa física, ou melhor, é a falta dela. Você se sente oco por dentro, por isso aquele respiro profundo de lamentação.
É cogitar enlouquecer.
O ombro pesa porque é tenso ficar sozinho. E porque não tem ninguém pra te fazer massagem também.
Quando chove, venta, escurece, e você está sozinho, você lembra de Deus e do quanto é pequeno. Estar sozinho é se aproximar de Deus por piedade própria e não por agradecimento, que é o que nos faz aproximar Dele quando estamos amando.
Estar sozinho é detestar ficar em casa. Ficar em casa sozinho, quando se está sozinho, é muita solidão.
Então você sai, só para não ficar em casa sozinho. E descobre o quanto você é sozinho. E volta pra casa sozinho, e chora vendo fotos.
Estar sozinho é implorar paixão e loucura com um olhar para o carro ao lado, segundos antes de você ver que ele não está sozinho.
É trabalhar para passar o tempo e só conseguir escrever títulos, roteiros, spots e textos chatos, sem inspiração.
É procurar um olhar pela rua e andar por aí com cara de louco.
É estar pronta para algo novo e não agüentar mais dias iguais.
É ocupar a vida de açúcar, intrigas, fofocas, encrencas. Aventuras tortas.
É ocupar a vida dos outros com reclamações, lamentações, dúvidas e carências.
Resumindo: estar sozinho é triste, enche o saco dos outros e deve fazer mal para a saúde.

Tati Bernardi


Recebi esse texto por e-mail hoje, e chorei rios lendo. Mas me fez pensar que estar junto e sentir-se assim igualmente sozinho, é muito pior do que estar sozinho de fato. Eu sei, eu vou chorar até esvaziar, eu vou sofrer a ponto de achar que vou morrer, mas não vou. Eu só sei matar as coisas em mim dessa forma, me esgotando, me acabando e chegando ao fundo do poço, porque uma vez lá não se tem outra opção além de subir de volta. Mas eu sei, eu preciso acreditar, que talvez estar sozinho, seja a possibilidade de um dia estar junto de verdade.

sexta-feira, novembro 14, 2008

quinta-feira, novembro 13, 2008

Covarde, por idade!


É fato, com o passar dos anos ficamos covardes. Crianças são destemidas, por desconhecerem os riscos das ações. Adolescentes são impetuosos por se acharem os donos do mundo, por acharem que têem todo o tempo do mundo para tudo. Por simplesmente ser de sua natureza. Eles arriscam, não tem medo do futuro, não o temem e o enfrentam. Mas crescemos e adiquirimos medos. Por acreditarmos que não temos todo tempo do mundo. E por termos sentidos na pele que o mundo não é nosso. As dores, as burradas, as experiências de vida trazem junto com um pseudo-amadurecimento, o medo. Temos medo das mudanças, por nos preocuparmos agora se a mudança dará certo. Medo de arriscar e não ter tempo para consertar. Não trocamos de emprego por comodismo, além de que não enxergar o futuro não é mais tão estimulante como antigamente. Tememos começar relacionamentos por acharmos tarde de mais e verdadeiro pânico de terminá-los, estranhamente pelo mesmo motivo. Raros são os que se salvam, raros são aqueles que a vida liberta e não aprisiona. Poucos são os verdadeiramente corajosos. Que ao crescerem mantém ta força da adolescência e são destemidos para continuarem a agir como crianças descobrindo o mundo. A responsabilidade nos torna chatos, prudentes, melancólicos... “Ah se ainda tivéssemos tempo!”. Ratos de laboratório, padronizados, tentando apenas fazer o que devemos fazer para não nos sentirmos excluídos. Alguém que larga tudo, carreira, casa, carro, para ir atrás de um sonho é tachado por nós, com inveja, de maluco. A verdade que sabemos, mas negamos é que não temos a mesma coragem. Ela nos é geralmente arrancada com dor, a nossa dor. Eu assumo, sou covarde, por idade!

quarta-feira, novembro 12, 2008

Sem saco pra pensar em títulos.


Eu estava pensando, meu sonho de ontem podia ser uma metáfora da minha vida. Vem sonhando, sonhando e ploft, cara no chão, não resta mais nada além de acordar. Ando irritada, e por Deus, queria socar minha cara de tanta irritação que eu to, e como uma das coisas que andam me irritando fui eu que provoquei, eu tenho vontades absurdas de bater com cabeça na parede. Ando insuportavelmente chata. Reflexo de uma vida que anda insuportavelmente chata. No fundo somos reflexos, de tudo. Ai junta a vida chata, com essa época escabrosa que se aproxima... E eu viro algo bem próximo de um cão raivoso. Não gosto de natal, suporto ano-novo, mas natal definitivamente não é minha época. Eu fico um pé no saco, e só consigo pensar que minha carteira magra, vai virar anorexica, lojas lotadas, em gente correndo como barata tonta, aquela “neve” num País com esse calor, em toda aquela gente que não fez nada o ano inteiro e de uma hora pra outra se sentem os reis da solidariedade porque deram um quilo de arroz pra qualquer campanha, em todos os sorrisos falsos de fim de ano de gente que nunca mostrou os dentes pra você antes e essa coisa idiota, que uma noite vai fazer toda vida mudar na manhã seguinte. Enfim, tudo de novo, e eu só rezo pra sobreviver. Sensação de que terei 60 dias de TPM. Estou a um fio de mandar meu emprego à merda, simplesmente porque eu sou uma anta e cometi a asneira de misturar gente da minha vida pessoal na minha profissional, e virou uma paçoca daquelas que você mastiga e esfarela mais, ruim de engolir, e eu praticamente não tenho faço outra coisa além de falar dessa coisa toda com gente que eu deveria relaxar e não me estressar. Se todo mundo tem um limite o meu transbordou faz tempo. Vontade de ir pro raio que parta junto com o capeta e viver de sacanagem até tudo isso passar. Pois acreditem nem sacanagem eu ando fazendo! Não há mente nem corpo que agüente, e tenho a sensação que mais dia menos dias eu simplesmente vou explodir e entrar em surto. Daí, nem meu tarja preta resolve mais!

terça-feira, novembro 11, 2008

Dream


Então que eu estava sonhando, sonho bom entende? Bem bom mesmo. Daqueles que se eu tivesse acordada teria dito “finalmente um sonho que vale a pena sonhar”, eis que na melhor parte do sonho, tudo fica escuro eu começo a cair

cair


cair


cair


cair


cair


cair


cair

PLOFT! Eu acordo...



Nem meus sonhos andam prestando....